O Brasil se vê imerso em uma complexa conjuntura econômica, onde as metas fiscais e de inflação parecem quase inatingíveis. A possibilidade de um aumento na taxa Selic visa conter a inflação, mas também acentua as vulnerabilidades fiscais. O conceito de dominância fiscal torna-se crucial, uma vez que o aumento das taxas de juros pode pressionar severamente a dívida pública, que já ameaça alcançar 85% do PIB se gastos fora do orçamento persistirem.
As taxas de juros longas atualmente indicam juros reais em torno de 8%, levando a urgências como a eliminação de subsídios ineficazes e a continuidade das reformas tributária e administrativa. Sem medidas corretivas, a perspectiva de um endividamento descontrolado pode se concretizar, fazendo com que o Banco Central, presidido por Roberto Campos Neto(foto/reprodução internet) mantenha a Selic elevada, numa abordagem que, paradoxalmente, contribui para o aumento da dívida. Embora a situação seja preocupante, não há sinais imediatos de uma crise fiscal iminente.
A recente alta da Selic resultou em uma desinflação significativa, com os núcleos inflacionários caindo de 10,5% em junho de 2022 para 3,8% em março atual. No entanto, a expansão fiscal, como demonstrado pelo pagamento de precatórios que injetou liquidez nos mercados, acrescenta um dilema à política econômica, complicando ainda mais o combate à inflação. A manutenção do equilíbrio fiscal é, portanto, fundamental para evitar que o Brasil caia na armadilha da dominância fiscal.