O saudoso Ministro da Fazenda, Octávio Gouveia Bulhões, luminar liberal da economia brasileira e ferrenho defensor da contenção do gasto público, certa feita disse ao seu aluno dileto, Mario Henrique Simonsen que, anos mais tarde viria também a ocupar a mesma pasta:
‘A tarefa mais hérculea dentro do governo é vencer o autoengano para o atingimento da estabilidade fiscal sem eliminar despesas e, aquela mais fácil, é perpetuar o passar o chapéu com gestos sóbrios para amealhar mais empréstimos e financiar o dispensável’.
Caso estivesse entre nós, o saudoso ex-ministro estaria correndo sério risco de sofrer uma síncope sem não antes emitir prognóstico amargo demais dado o quadro atual de desequilíbrio estrutural da despesa e da dívida pública.
É bem sabido a práxis de que, sacramentado a expansão de determinado gasto corrente, esse enrijece como aço e, dificílimo eliminá-lo por consenso no futuro adiante.
Agora imagine quando o principal mote deste governo foi o de ampliar a despesa corrente como se investimento fosse.
Estamos rodeando o precipício fiados no autoengano sabiamente cunhado pelo Dr. Bulhões.