Apesar de atingir a maior receita líquida da história, o governo Lula enfrenta um desequilíbrio nas contas públicas. No período de janeiro a setembro de 2024, os gastos federais (excluindo juros) aumentaram R$ 101,4 bilhões em comparação ao mesmo período do ano anterior, enquanto a receita líquida cresceu apenas R$ 94,2 bilhões, totalizando R$ 1,57 trilhão. Essa receita, apesar de ter um incremento de 6,4%, não foi suficiente para cobrir a elevação de 6,5% nas despesas, resultando em um déficit primário de R$ 105,2 bilhões.
O crescimento do rombo nas contas, de 7,4% em relação a 2023, poderia ser até maior não fosse o recorde na arrecadação tributária desde 1995. Entre os principais componentes do aumento de gastos, os benefícios previdenciários somaram R$ 24,5 bilhões, indicando a necessidade de uma revisão nas políticas de despesas antes do esperado pacote de contenção. Nas projeções do próprio governo, a dívida pública vai continuar subindo até 2027, quando deve atingir o pico de quase 80% do PIB. Tanto que o governo fez uma revisão da meta fiscal — a meta de superávit de 2025 ficará para 2026. (foto/reprodução internet)