Os protestos contra a política migratória de Donald Trump (foto/reprodução internet) se alastram pelos EUA, e o país responde como tem feito: com toque de recolher, gás lacrimogêneo e soldados nas ruas. Em Los Angeles, o controle da ordem pública virou justificativa para suspender liberdades. Em Nova York, Atlanta, Chicago e Austin, o confronto entre manifestantes e policiais já não é pontual — é parte de um ambiente que normaliza o estado de exceção. Governadores se dividem: alguns convocam a Guarda Nacional; outros acusam a Casa Branca de inflamar o caos. Mas a retórica beligerante do governo alimenta o conflito, não o estanca. O que está em jogo, no fim, não é apenas imigração. É o próprio entendimento de democracia sob pressão.