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O país dos juros eternos

Paulo César de Oliveira
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Fabio Kanczuk Head de Macroeconomia da ASA Investments 2 1

Na Brasília dos gabinetes insones, onde a Selic já beira seu teto em quase duas décadas, um sussurro técnico rompe o silêncio: Fabio Kanczuk (foto/reprodução internet), ex-diretor do Banco Central, acredita que ainda falta subir. Um quarto de ponto percentual a mais, segundo ele, o ajuste fino necessário para conter a teimosia da curva curta de juros, essa régua invisível que mede o custo do crédito para todos. A inflação ronda os 3% como ameaça mal contida, e o otimismo fiscal evapora como água em asfalto quente. Kanczuk, que conhece os bastidores do BC desde os anos difíceis de 2019 a 2021, não poupa metáforas e afirma que “o fiscal está pior que no governo Dilma”. Para ele, o juro neutro real já mora nos 8%, longe dos 5% que o BC ainda insiste em sonhar. O que se percebe não é só um debate técnico, mas o retrato de um país em que os juros altos deixaram de ser um remédio — e viraram identidade.

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