Tarcísio de Freitas (foto/reprodução internet) descobriu, com atraso e constrangimento, que a equação entre gestão técnica e fidelidade a Jair Bolsonaro não fecha. O tarifaço de Trump atinge em cheio os exportadores paulistas, pilar da economia que ele administra. Em vez de reagir como governador de um estado prejudicado, Tarcísio, inicialmente, preferiu reafirmar lealdade a seu padrinho político, endossando até argumentos usados por Trump, como a acusação de censura no Brasil. Enquanto isso, o bolsonarismo faz lobby por sanções ao país que dizem defender. Governar exige mais que obediência: exige discernimento. Medidas de mitigação, como crédito emergencial e articulação diplomática, são urgentes. Mas o essencial é romper com a submissão a uma lógica personalista. A liderança pública não pode ser cúmplice do prejuízo nacional, nem refém de narrativas que colocam interesses individuais acima do bem comum.