As ressalvas do ministro Luiz Fux (foto/reprodução internet) em seu voto no julgamento das medidas cautelares impostas a Jair Bolsonaro evidencia, mais uma vez, seu posicionamento como ponto de inflexão no STF em temas sensíveis ligados ao 8 de janeiro. Embora tenha formalmente acompanhado a decisão do relator da Primeira Turma, Alexandre de Moraes, o ministro fez questão de apresentar contrapontos quanto à proporcionalidade das restrições, advertindo para o risco de cerceamento de liberdades sem provas concretas e atuais que as justifiquem. Em sua fala, Fux não nega a gravidade dos fatos em apuração, mas questiona o avanço das ações cautelares como antecipação de pena, num ambiente em que o peso da repressão tem, por vezes, suprimido o espaço para a dúvida.