Banco Central meia-boca

O Banco Central ganhou autonomia em 2021, mas só pela metade: manda nos juros, não no próprio orçamento. A PEC 65/23 tenta resolver isso, mas emperra no Planalto. O presidente Lula e os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann,  fecharam questão contra o texto, em rara harmonia. Gleisi, com sua visão maniqueísta, foi direta: “deveriam era acabar com a autonomia, não ampliar”. Haddad é mais moderado, mas também não engole a PEC. O governo teme transformar o BC em “empresa privada”, enquanto o Congresso vê avanço em qualquer modelo. Resultado é que o BC tem autonomia, sim, mas só se for controlado de perto. O presidente do BC, Gabriel Galípolo (foto/reprodução internet), o bambino de ouro do Lula, apoia, junto a outros técnicos, que se adote o texto que prevê transformar o BC em pessoa de direito privado, enquanto o Executivo defende mantê-lo como ente público.