O Brasil vive um paradoxo: com a mesma abertura que ampliou o acesso digital aos serviços financeiros tornou-se uma porta de entrada para o crime organizado. Fintechs e plataformas de Banking-as-a-Service, criadas para democratizar crédito e reduzir custos, foram capturadas por redes criminosas que substituíram os doleiros de outrora. A resposta do Estado vem agora, tardia, ao deslocar o pêndulo em direção à vigilância. Essa mudança revela um traço recorrente da política nacional: primeiro a promessa de modernização, depois o ajuste às pressas quando os riscos se tornam inegáveis. O desafio está em equilibrar liberdade e controle, inclusão e segurança. (Foto/reprodução internet)