Igor Carvalho de Lima
“Para viajar por essas terras, abriram-se trilhas em serras tão elevadas que receberam a denominação de alterosas”. E, no alto da importância do estado de Minas Gerais, o período de alianças e articulações políticas para o cargo máximo do executivo estadual está efervesceste.
Tomando como base analítica o sentido horário, iniciamos pela direita. Em uma fotografia do momento político, Nikolas Ferreira se mantém em evidência, um nome da moda, não somente em Minas, mas no Brasil de direita como um todo. Consegue naturalidade e força no ambiente onde se criou: redes sociais. No entanto, o eleitor parece não pesar na balança o que representaria sua candidatura ao principal cargo do executivo estadual ou nacional. Ademais, o Deputado não tem idade para a presidência e não tem interesse em entrar na disputa pelo palácio Tiradentes. Na mesma linha, Cleitinho venceu com facilidade o pleito para o Senado em 2022, com apenas uma vaga. Tem uma veia popular significativa que conquista simpatizantes até mesmo no segmento de centro. Mas num eventual 2º turno, será que o conservadorismo mineiro vai acatar um perfil tão jovem e polêmico?
Caminhando um pouco para o centro-direita temos o vice-governador Mateus Simões. No fundo ele e seu partido Novo apresentam um espectro de extrema direita desde a origem. E hoje, Mateus dá declarações com discurso radical, tipo criticando duramente o STF. Mas, sem muitas alternativas para se tornar conhecido, negocia com o PSD, um partido grande, que engloba desde Ratinho Jr., passando pelo saudoso Fuad, pelo carismático Eduardo Paes e chegando no governo Tarcísio de Freitas, em São Paulo. Seu cacique, Kassab, sabe como expandir e negociar e parece cansado da aliança com o PT. Conta com o desinteresse do Senador Rodrigo Pacheco, recentemente ventilado para uma vaga no STF, após a aposentadoria de Luís Roberto Barroso. Caso Simões se filie ao PSD seria uma mudança de extrema direita, para centro, quase chegando no centro-esquerda. Mas para ganhar tempo de TV e respaldo político durante a campanha, vale tudo.
Chegando à esquerda, temos um nome interessante, mas que esbarra no potencial de rejeição do PT. Marília Campos (foto/reproduçao internet) faz um trabalho muito digno em Contagem, cidade que já fez governador. A prefeita tem várias possibilidades, mas não deve encabeçar uma chapa ao governo do estado. E agora, Kalil se filiou ao PDT, um nome conhecido na região metropolitana de BH, mas que não conseguiu destaque no interior em 2022 contra Zema. Caso mude suas estratégias, já tem a vantagem do recall de campanhas anteriores e da prefeitura de Belo Horizonte. Enfim, muitas possibilidades e poucas definições antes da hora H, do jeitinho que o mineiro gosta.
Igor Carvalho de Lima – Dono do Instituto Viva Voz, mestre em administração mercadológica e marketing, com especialização no comportamento do consumidor e do eleitor.