Aos 80 anos, José Dirceu (foto/reprodução internet) volta ao tabuleiro político. Quer disputar eleição, mas o pleito verdadeiro é outro: o da narrativa. Condenado e reabilitado pelo tempo — e pelo partido —, ressurge como símbolo de um país que nunca enterra seus fantasmas. A política brasileira recicla heróis com a mesma naturalidade com que absolve erros. Em nome da “reparação”, apaga-se a autocrítica. O pragmatismo justifica o retorno; o mito o consagra. Dirceu não busca o voto, busca o veredito da História e confia que, como sempre, ela tem memória curta e perdão generoso.