O Brasil tem um Congresso perdulário e um governo cúmplice. Estudo do Movimento Orçamento Bem Gasto mostra que 80% das propostas que criam despesas ou reduzem receitas não trazem estimativas de impacto financeiro, violando a Lei de Responsabilidade Fiscal. Em outras palavras, o país legisla no escuro. De 496 projetos analisados desde 2011, só 104 informam quanto custam. A prática, que se intensifica em anos pré-eleitorais, reflete um vício de origem: gastar rende voto, cortar gasto rende antipatia. Economistas como Armínio Fraga e Persio Arida (foto/reprodução internet) cobram transparência, revisão de privilégios e fim das emendas que driblam o Orçamento. Mas, em Brasília, a conta política sempre chega antes da conta fiscal.