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Fundador da rede Vila Galé afirma, no Conexão Empresarial, que turismo brasileiro está aquém de seu potencial

Paulo César de Oliveira
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Jorge Rebelo de Almeida

Quando o assunto é o turismo no Brasil, o copo está meio cheio e meio vazio ao mesmo tempo. Esta é uma das conclusões a partir da palestra ministrada nesta terça-feira, 4, pelo fundador da rede hoteleira Vila Galé, Jorge Rebelo de Almeida (foto/Tião Mourão), durante o Conexão Empresarial de novembro. Com a experiência de quem está à frente de 52 hotéis sediados entre Portugal, Espanha, Brasil e Cuba, Almeida apontou que o Brasil tem como pontos fortíssimos a riqueza cultural – com destaque para a música – o povo acolhedor, a diversidade de cenários e uma gastronomia atraente. Mas, falta-nos “fazer o dever de casa.” Melhorar pontos fundamentais da infraestrutura, com especial atenção ao transporte. No aéreo, o país conta apenas com três companhias e, “quem faz a rota turística é o transporte aéreo”, afirmou Jorge de Almeida. O empreendedor citou a ausência de companhias low-coast (de baixo custo), a exemplo da irlandesa Ryanair, que foca em voos dentro da Europa com preços entre 10 euros e 90 euros, o que faz com que o bilhete aéreo não chegue a R$ 600,00 na cotação atual do dólar.

Almeida apontou que muito menos se aposta no transporte ferroviário e na exploração da costa brasileira. “É preciso, também, resolver problemas com a segurança jurídica.” Mas, curiosamente, ao contrário do que se pode pensar, a segurança pública não é um impeditivo para o impulsionamento do turismo no Brasil. “O México tem tantos problemas de segurança quanto aqui, ou mais, mas recebe 38 milhões de turistas ao ano”.

Segundo ele, o atual ministro do Turismo, Celso Sabino, com quem mantém interlocução constante, “tem feito enorme esforço”, o que trouxe ao país o número recorde de 7 milhões de visitantes até setembro deste ano, mas ainda é muito pouco frente ao potencial que Almeida enxerga para o Brasil.

Para Jorge Rabelo, o turismo é a indústria que agrega arte, cultura, renovação de patrimônio histórico e ainda permite a quem trabalha no segmento evolução pela riqueza do entorno. “Por que investir em armamentos? Temos que investir em cultura. A guerra é má”, fala ele, com sabedoria. O empreendedor acredita que o turismo anda de mãos dadas com a cultura, razão pela qual investe na recuperação de edificações centenárias: é uma forma de devolver-lhes vida útil e atrair um tipo de turista especial: aquele que valoriza a história.  “Não é para vender bugigangas. Deve-se recriar a tradição, manter viva a memória do passado. Criar conceitos interessantes, manter uma comunicação divertida e verdadeira”, pontua este apaixonado pelo turismo.

Durante o Conexão Empresarial, Jorge de Almeida anunciou mais um empreendimento em Minas Gerais: uma nova unidade em Brumadinho, perto do Inhotim. Ele ainda fez questão de citar a COP30, em Belém, como evento “de extrema importância” para mostrar o Brasil ao mundo.

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