O pronunciamento do presidente Lula (foto/ Ricardo Stuckert/PR) em rede nacional na noite deste domingo não foi mero cumprimento protocolar, mas a escolha de um terreno onde o governo acredita poder reconectar-se com o eleitor fatigado da classe média. Ao transformar a discussão tributária em ganho imediato no contracheque, o Planalto tenta deslocar a disputa para o campo material, onde opositores de centro-direita ainda buscam uma narrativa unificada após a prisão de Bolsonaro. A isenção para salários de até R$ 5 mil opera como um teste de coerência para figuras como os governadores Romeu Zema, Tarcísio de Freitas e Ronaldo Caiado, críticos do governo petista, mas que podem soar como antipopulares se forem contra à medida. O PT sabe que sua competitividade para o quarto mandato de Lula depende não apenas do alívio fiscal, mas da capacidade de desgastar os adversários da direita. É uma estratégia politicamente rentável para o próximo ano, mas que encontra limites diante da histórica rejeição de algumas alas brasileiras a Lula. A ver.












