O Supremo atravessou o Rubicão e queimou a ponte. Continua poderoso no papel — suas decisões serão cumpridas — mas já não carrega a autoridade que não nasce da lei, e sim do respeito. Faltou liderança, sobrou vaidade. Transformaram a Corte em vitrine de personalidades, e quando o indivíduo vira rosto da instituição, os deslizes dele grudam no todo. Desde o Mensalão o STF flerta com o espetáculo; agora, a suspeita é pior: o uso de poderes extraordinários não para proteger a norma, mas para interesses próprios. A lição é velha: Estado não é biografia. E quando biografias sequestram instituições, não há retorno fácil. Navegamos sem porto e sem capitão, com a autoridade do ministro Edson Fachin (foto: José Cruz/Agência Brasil) contestada ao ver sabotada sua ideia de um código de ética a ser implementado com urgência.












