São Paulo tenta quebrar o caixa do crime organizado

Desde 2023, o Governo de São Paulo apostou menos em retórica e mais em método: R$ 1,5 bilhão canalizados para sufocar financeiramente o crime organizado. O eixo da estratégia é simples e incômodo para as facções — dados integrados, tecnologia em escala e decisão rápida. O coração do sistema é o Muralha Paulista, que cruza estatísticas criminais, bases públicas e 94 mil câmeras espalhadas por cerca de 600 municípios. O foco não é vigiar por vigiar, mas antecipar movimentos: identificar padrões, bloquear rotas e desmontar a chamada mobilidade criminal, usada para driblar a polícia. O resultado aparece no balanço frio: cerca de 430 operações desde 2023, mais de 570 mil prisões e 650 toneladas de drogas retiradas de circulação. Na conta final, um rombo estimado de R$ 3 bilhões nas finanças das facções. Crime organizado odeia previsibilidade — e dados bem usados criam exatamente isso. (Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)