Bolsonaro, internado e sempre teatral, aproveitou a maca como palanque. Antes da cirurgia, escreveu uma carta convertendo drama pessoal em estratégia eleitoral. O enredo é simples: denuncia “injustiças”, diz defender a vontade do povo e entrega ao país o sacrifício simbólico de um filho — Flávio (foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil) — como herdeiro político para 2026. Vende continuidade, promete prosperidade, convoca Deus, família e pátria. Mas a retórica épica tropeça no cansaço nacional: o Brasil, exausto de messianismos, não clama por sucessão hereditária, clama por normalidade. O país não precisa de dinastias; precisa de juízo. Está passando da hora de virada de página na política brasileira.












