Marcos Azambuja (foto: Tomaz Silva/Agência Brasil) se foi deixando mais que um currículo brilhante: deixou um modo de fazer diplomacia. Coordenador da Rio-92, embaixador em postos centrais e voz respeitada por sete décadas, ele combinava inteligência luminosa, humor afiado e capacidade rara de leitura do mundo. Colegas como Pedro Malan e Rubens Barbosa lembram sua clareza, afeto no trato e precisão estratégica. Defensor do multilateralismo, alertava contra ilusões de grandeza isolada e pregava prudência num país cercado de vizinhos e complexidades. Azambuja sintetizava o Brasil possível: moderado, atento, espirituoso — e sempre consciente de que, na política internacional, quem fala sozinho perde a conversa. Tão diferente dos dias atuais.












