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A Construção do Conhecimento

Paulo César de Oliveira
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Fátima Turano

             Ensino-aprendizagem é o objeto principal da pedagogia da educação. É um processo que sempre está presente nos relacionamentos humanos, seja de                   forma direta ou indireta. Aprendemos nos nossos relacionamentos da mesma maneira que ensinamos através dos nossos questionamentos, busca de respostas, visão de mundo etc. 

              Dentro desse enfoque, na escola, aprendemos com os colegas, com o professor que nos instiga, com o modo como meu colega vê o mundo, por isso, uma das dimensões mais importantes do aprender é essa convivência com as múltiplas expressões do saber.

              Precisamos criar mecanismos para possibilitar o convívio na diversidade e evitar a fragmentação do conhecimento. Um dos pilares da integração na universidade é a interdisciplinaridade que pode ser vista por dois grandes enfoques: o epistemológico e o pedagógico, ambos envolvendo diversos conceitos, muitas vezes complementares.

             Pelo enfoque pedagógico, discutem-se fundamentalmente questões de natureza curricular, metodológica, de ensino e de aprendizagem. Já no campo da epistemologia, o estudo do conhecimento se dá nos aspectos de produção, reconstrução e socialização.

             O ponto de partida para um trabalho pedagógico diferenciado e inovador é o domínio de um assunto por demais debatido e que representa o pilar fundamental do ato de aprender e ensinar: Como se dá a construção do conhecimento.

          A construção do conhecimento tem seu fundamento básico no Construtivismo de Piaget. Ele afirma: (1976.b,p 78 ), “o conhecimento consiste essencialmente de processos operativos que chegam a transformar o real, quer em ações, quer em pensamentos, para perceber o mecanismo dessas transformações e assimilar, os conhecimentos os objetos e sistemas de operações ou estruturas de transformações.

       Piaget formulou o conceito de psicogênese, argumentando que “o conhecimento não procede nem da experiência única dos objetos nem de uma programação inata pré-formada no sujeito, mas de construções sucessivas com elaborações constantes de estruturas novas” (Piaget, 1976 apud Freitas 2000:64).

     Nesse sentido, a compreensão dos mecanismos de constituição do conhecimento, na concepção de Piaget, equivale à compreensão dos mecanismos envolvidos na formação do pensamento lógico, matemático, que demanda um processo interno de reflexão.

        Piaget, percebeu que só através da ação ou na interação entre o ser humano e os objetos, constroem-se formas de pensamento. Portanto, é papel da Instituição, criar situações que se constituam em desafios para o aluno, de modo não só a ativar suas estruturas cognitivas, privilegiando o aspecto operativo da cognição, apelando para a compreensão, interpretação e criação do aluno, de modo que o conteúdo tal que as ideias e noções, possam ser relacionadas e, serem compreendidas em suas conexões mútuas. Essas conexões são as inter-relações, as integrações.

     O conceito de contextualização e integração foi desenvolvido pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC), por apropriação de múltiplos discursos curriculares, nacionais e internacionais, oriundos de contextos acadêmicos. O conceito de contextualização e integração entrou em discussão no Brasil a partir da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), de 1996, que orienta a compreensão dos conhecimentos para uso quotidiano. Tem origem nas diretrizes que estão definidas nos PCN, tanto para o ensino básico como para o superior, que são guias legalmente legitimadas, para orientar a escola e os professores na aplicação do novo paradigma.

      A organização curricular deve ser orientada para, entre outras questões, tratar os conteúdos de ensino de modo contextualizado, aproveitando sempre as relações entre conteúdos e contexto, para dar significado ao aprendido (saber), ou seja, com o discurso de favorecer a autoria e autonomia do aluno na construção do conhecimento social e de si próprio.

      Portanto, o currículo, segundo orientação do MEC, está estruturado sobre os eixos da integração, da interdisciplinaridade e da contextualização, sendo que esta última vai exigir que todo o conhecimento tenha como ponto de partida a experiência do aluno, o contexto em que ele está inserido e onde vai intervir como trabalhador, como cidadão, em suma, como agente ativo da sua comunidade.

     Interessante observar que essa determinação está na lei desde 1996 e a pergunta que não quer calar: as instituições de ensino básico e superior praticam tal orientação?

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