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A demora do impeachment

Poucos, talvez ninguém mesmo, acredite que a presidente Dilma consiga reverter o quadro atual, mantendo-se no poder. A convicção é de que a Comissão Especial vá acatar o processo de impeachment e que a presidente estará fora da cadeira já nos primeiros dias de maio. Bom, se analisarmos a disposição de voto dos senadores esta é uma verdade inquestionável. Sobre então a discussão sobre o dia seguinte. Para alguns, Temer assume o poder plenamente, através de uma aliança nacional. Para outros, não. Ele terá pela frente muitas dificuldades. Será mesmo um meio governo até que o Senado decrete, em votação terminal, o fim do governo Dilma e mais, o fim da era PT no comando do país. Será um meio governo, com muita política mas de quase nenhuma decisão importante, especialmente quanto as reformas esperadas e, discretamente anunciadas que acontecerão. Por mais evidente que pareça o resultado final do processo de impeachment, Temer ocupará o governo de maneira precária. Terá sempre a sombra de um outro governo, que todos sabem acabado, mas que persiste legalmente, até que se decida formalmente pelo seu enterro. Esta sombra ainda vai incomodar por servir de combustível para os que permanecerão na venda da ilusão de uma reversão possível, usando para isto os inocentes úteis dos movimentos sociais. Não se contesta o ritualismo, mas ele não pode ser levado ao extremo da malandragem procrastinatória que apenas aumenta a tensão, o preço dos acordos e o sofrimento da população. Situação e oposição precisam conscientizar-se de que o país já produziu, nos últimos anos, mais de dez milhões de desempregados, resultado de erros que paralisaram sua economia e sua administração. Não se pode admitir que o resultado final do processo de impeachment, seja com qual resultado for, se arreste até setembro, como admite o presidente do Senado, Renan Calheiros. Isto seria um desrespeito com o povo.

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