Por: Paulo César de Oliveira
Assistimos mundo afora uma onda de radicalização que assusta. Pelo que ocorre lá fora e pelo que começa a acontecer aqui dentro. Peguem o que ocorre na Europa, no Oriente Médio, na África e projetem para cá. No ritmo que vamos, não demora e começará a explodir a violência religiosa- não que ela ainda não exista, mas ainda está em casos isolados, como a menina apedrejada, igrejas pichadas- e uma luta de classe que ninguém sabe os rumos. O campo está propício para o aumento do populismo dos discursos radicais, contra tudo e contra todos. Neste campo já vamos avançados. Basta conferir as formações dos Legislativos pós eleições de 2014. As esquerdas preferem dizer que aumentou o número de conservadores no Congresso e nas Assembleias. Mas o que há mesmo é um inegável aumento de oportunistas de todos os matizes, de situação e oposição, que se aproveitam do quase desespero da população para despejar discursos fáceis, discurso de soluções que combateram na oposição e agora defendem como situação, ou que foram entusiastas defensores quando no poder e agora são ferrenhos adversários porque na oposição. Esta irracionalidade só gera confusão, radicalizações e desgaste das instituições. É este o principal risco que vivemos agora. Em busca de sua defesa, o PT atira contra as instituições. Tem a ousadia de cobrar do Ministro da Justiça explicações sobre ações da Polícia Federal que denuncia malfeitos do partido. Instiga os pobres contra os ricos. Os brancos contra os negros, na tentativa de dividir o país como forma de se safar das safadezas de alguns dos seus. Na outra ponta a oposição joga gasolina no fogo, aprovando mudanças na legislação sobre o pretexto de ajudar os velhinhos, os mais pobres, mesmo sabendo que o país não suporta as reformas que aprovam e que, quando situação, negaram. Querem apenas forçar o veto da presidente para desgastá-la ainda mais e, assim, ganharem apoio para o impeachment. Um jogo perigoso. Olhem o mapa da América do Sul. A Venezuela fica logo ali.