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A urgência do emprego no Brasil

Paulo César de Oliveira
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O tema mais urgente do Brasil é o emprego. Criar empregos, para já e para o futuro. Se existe algum debate público que mereceria uma boa dose de paixão e radicalismo é justamente esse: como criar mais vagas, preparar melhor a nova geração, requalificar trabalhadores e expandir a empregabilidade.

O Brasil ainda não se recuperou do desastre econômico dos governos do PT, que, no seu pior momento, produziu 14 milhões de desempregados. Ejá está à beira de ingressar num processo de transformação do trabalho, puxado pelo novo ciclo da tecnologia: comunicação 5G, cidades inteligentes, indústria 4.0, biomedicina – setores que exigem mais qualificações, multidisciplinariedade e espírito empreendedor. O desemprego alto, é produto de uma tempestade perfeita. Ele é fruto de escolhas equivocadas e de políticas anacrônicas.

Exaurir o Estado, colapsando os investimentos públicos, como fez o governo Dilma, é produzir desempregados. Retardar a integração competitiva da nossa indústria é favorecer o sucateamento de um setor essencial na geração de postos de trabalho. Pautar relações comerciais por ideologia ou personalismos é fechar mercados e recusar investimentos. Ignorar o ensino técnico, tirar incentivos ao aprendizado da matemática e reduzir a pesquisa científica é ampliar o déficit de mão de obra nas áreas ligadas à tecnologia. Temos hoje a oportunidade de aprender com esses erros – e fazer diferente.

Nossa gestão é obstinada por gerar emprego e renda para os brasileiros de São Paulo, ajudando assim a melhorar a economia do Brasil. Nosso Estado tem liderado a criação de vagas com carteira assinada, com 277.826 novas vagas de janeiro a outubro. São Paulo responde por mais de um terço do total de empregos formais no Brasil neste ano. A retomada da construção civil, com quase 5% de crescimento no número de novos postos de trabalho, e o ótimo resultado no agronegócio, com crescimento de quase 10% no ano, são dois dos pontos positivos dessa estatística.

Criamos programas para levar indústrias a todo o Estado de São Paulo, fortalecendo a economia do interior e do litoral. Incentivamos a modernização dos mais variados segmentos, com destaque para a indústria automobilística. Realizamos missões internacionais às principais economias do mundo para atrair investimentos e ampliar o comérciobi-lateral. Movimentamos o mercado com programas de desburocratização e de desestatização. Abrimos escritório da Invest SP em Xangai, na China, em Agosto. E agora vamos abrir em Dubai, em fevereiro de 2020. Sempre para atrair investimentos para São Paulo.

Iniciamos um ciclo de melhoria na infraestrutura e no ambiente de negócios que irá trazer mais competitividade global aos nossos produtos. Fábricas fechadas passaram a produzir. Obras paradas começaram a andar. E com elas, novos empregos. A Fundação Seade prevê que a economia paulista pode fechar o ano de 2019 com quase o dobro do crescimento da média nacional: 1,9%.

Na nossa gestão, mantivemos as verbas de pesquisa e ciência. E incentivamos o turismo e a economia criativa, rápidos geradores de emprego e renda. Estamos desenvolvendo parques tecnológicos, como o IPT Open Experience e o Centro Internacional de Tecnologia e Inovação (CITI), unindo universidades e empresas, para trazer mais investimentos, qualificar nossos profissionais e produzir inovações para a sociedade e o mercado.

Iniciamos o Novotec, um novo ensino médio conectado com as demandas do mercado de trabalho, capaz de formar mentes empreendedoras e aberto a parcerias com empresas. Criamos o programa Meu Emprego que ampliou em 26% o número de vagas em cursos de qualificação gratuitos e facilitou o acesso para quem busca nova oportunidade profissional. Preparar mais pessoas e tornar o ensino mais atraente, esse é um dos caminhos adotados em São Paulo.

Na região mais pobre do Estado, o Vale do Ribeira, abrimos um programa de formação de jovens para o empreendedorismo, o Prospera. Apoiaremos quatro mil jovens do 9.o ano do Ensino Fundamental ao 3.o ano do Ensino Médio, com capacitação e crédito, para desenvolverem um projeto de vida, de acordo com suas competências técnicas e habilidades emocionais.

O impacto da nova era digital é inevitável. A questão é como cada um de nós irá enfrentar as transformações. Precisamos de uma sociedade mais aberta, mais integrada ao mundo, mais atenta às oportunidades. Em São Paulo, estamos incentivando as indústrias de ponta. No início do próximo ano, a fábrica da Qualcomm, em Jaguariúna, inicia a produção dos mais modernos chips do mundo. Recentemente, estivemos no Centro de Pesquisa da Huawei, em Xangai, onde a empresa anunciou investimentos de US$ 800 milhões, em São Paulo, para construção de uma nova fábrica no interior, voltada para o desenvolvimento do 5G.

Temos mantido conversas constantes com todos os grandes players da tecnologia global. Acabo de voltar de uma missão à Califórnia, onde buscamos oportunidades, parcerias e investimentos com as maiores empresas de tecnologia do mundo como Google, Apple ou Amazon, por exemplo.

Estive também com os diretores do Exploratorium, maior museu de ciências do mundo, em São Francisco que tem um programa de capacitação de professores. E com a universidade Singularity, dona de programas pioneiros de formação de empreendedores da economia digital. A parceria com essas instituições é importante para criar, na nova geração, o interesse pela ciência e tecnologia.

Pacotes paliativos para fomentar o emprego para jovens são uma ajuda nesse momento de crise, mas não oferecem soluções de longo prazo. É preciso consolidar um ciclo de confiança, de segurança legal e de relações econômicas pragmáticas entre o Brasil e os principais países e mercados do mundo. Confiança e oportunidade são as bases dos investimentos – e nesse ponto podemos andar muito mais rápido, evitando zigues-zagues ideológicos e retrocessos institucionais ou ambientais.

Apesar da redução gradual do desemprego, muitos brasileiros permanecem insatisfeitos com o presente e receosos do futuro. É por isso que o Brasil precisa de ações decisivas a favor do emprego e da renda. É o que temos feito em São Paulo. Para ajudar o Brasil.

João Doria

Governador do Estado de São Paulo

 

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