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Blog do PCO

As ilegalidades no petrolão

Algumas peças de defesa dos envolvidos no petrolão e outros “aos” de corrupção, mais parecem uma peça de acusação. São quase uma admissão de culpa pela indigência das argumentações de defesa. São uma confissão de que nada têm a dizer que seja capaz de servir, minimamente,  como suspensão de que o acusado é inocente do que lhes acusam.

A tentativa de transformar acusações de crimes previstos no Código Penal em ato estritamente político, cujo objetivo é o de apear do Poder quem lá chegou pelas urnas, quem contrariou interesses das elites, além de não “colarem mais”, para usar uma expressão bem popular, é um desrespeito à inteligência alheia. Não se faz aqui qualquer pré julgamento dos fatos, mas é preciso admitir que há indícios fortes de prática de ilegalidades. Demonstrar que não houve ilegalidades deveria ser o trabalho da defesa, caso ela disponha de elementos capaz de sustentar isto.

Buscar outro caminho, tangenciar os fatos para apresentar como vítimas quem está envolvido até o pescoço  com falcatruas de todas as espécies não  se mostrou, até aqui, como boa estratégia jurídica e política. As urnas e as sentenças judiciais mostram isto.  Mas esta estratégia pueril até, não é danosa apenas aos clientes de tão ilustres e bem remunerados doutores. É péssima também para as instituições democráticas, apresentadas nas peças de defesa como participantes de articulações políticas voltadas para entregar o país ao capitalismo internacional e ao mando das elites. Cuidam de acusar indistintamente os outros, sejam lá quem forem eles, mas são incapazes de apresentar qualquer elemento respeitável de defesa. Isto, podem acreditar, já não está funcionando.

Já não impressiona o cidadão a não ser é claro, aos que querem ou precisam ser convencidos.É hora de mudarmos a ladainha. Assumir culpas, punir culpados. Isto feito com seriedade pode restabelecer credibilidade e dar sobrevida a projetos políticos que pareciam sólidos. Pareciam.

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