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Continuar a mudança só depende de nós

Paulo César de Oliveira
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Pronto. Fincamos os dois pés no novo ano, o primeiro de uma nova década. Entramos numa nova época, com o entusiasmo em um nível que há muito não víamos. Os números positivos da economia, pequeninos ainda diante de nossas necessidades, serviram para dar confiança a investidores e cidadão comum. Nos agarramos a estes números como afogados se agarram a qualquer tábua de salvação. É pouco, mas é o que temos e, mais do que isto, é o que sinaliza que somos sim capazes de dar a virada que buscamos. 2019, o ano que acabou de virar a esquina do passado, trouxe boas novidades e noticias. Poderíamos sim ter avançado um pouco mais, não fossem as trapalhadas dos que chegaram ao Poder com excesso de voluntarismo, convictos de que, suas propostas que consideram perfeitas, seriam não apenas aprovadas, mas ovacionadas no Congresso, nas Assembleias e pela população. Foi um ano de aprendizado, especialmente na convivência política. Aprendizado de novatos e de velhas raposas, felizmente com bons resultados. Avançamos na aprovação das reformas necessárias e no encaminhamento de outros temas mais espinhosos. Para 2020 a pauta da União, Estados e municípios já está cheia. São temas cruciais para o país, como as reformas administrativa e tributária sem as quais, não se iludam, vamos continuar patinando, com crescimento pífio, sem sustentabilidade. Mas precisamos correr. Num mundo tão cheio de tecnologia, qualquer atraso representa muito. Representa um distanciamento cada vez maior dos demais países. A hora, discordem ou não dos atuais governantes, é de mudança. Antes de começarmos a desenvolver, urge que tiremos o nosso atraso. “A situação do país define-se, a meu ver, por uma frase: necessidade urgente e imprescindível de reformas liberais”. A frase, ao contrário do que muitos possam estar imaginando, não é do ministro Paulo Guedes, nem de qualquer outro fiel seguidor de Roberto Campos. Ela é do Visconde de Ouro Preto, chefe do último gabinete do Império e presidente do Partido Liberal, ao apresentar o último plano de ação do período monárquico, pouco antes da proclamação da República. De lá para cá não fizemos tanto assim. Nossa economia e, confessemos, a maioria de nosso empresariado, ainda são muito dependentes do governo. Isto nos coloca diante de um dilema: estamos mesmo preparados para uma destravada geral na economia? Esta é uma discussão que precisaremos travar este ano. Logo, logo. Assim como precisaremos discutir nossa educação, que cobra uma administração mais competente, sem fundamentalismos idiotas. Um plano realista de privatizações, sem sonhos mirabolantes. Um projeto real para a melhoria da infraestrutura. O fim do caos na saúde. O fim da pirotecnia na segurança. Mais responsabilidade no trato com o meio ambiente, sem o estabelecimento de dificuldades que permitam a venda de facilidades, e profissionalismo no trato das relações internacionais. Legislativo e Judiciário também precisam mudar sua postura, com mais seriedade no trato da coisa pública. Isto não significa submissão aos desejos do Executivo. Significa seriedade e harmonia entre os Poderes. A lista de cobranças é extensa e complexa. E, com certeza vai crescer mais ao longo do ano que está começando. Mas para termos legitimidade para cobrar dos governantes, é imprescindível que façamos a nossa parte. A começar pela conscientização de que nós, cada um de nós, é protagonista de sua própria história. Somos nós que fazemos o Brasil. Não eles apenas. Este é um bom ano para começarmos a exercitar este protagonismo. É um ano de eleições. Seja responsável com o seu voto e comece a fazer um novo Brasil. Um novo país não começa com uma nova política, como já vimos. Um novo país e uma nova política começam mesmo é com um novo eleitor. Que todos tenham o sonho de seus sonhos.

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