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Blog do PCO

É dando que se recebe…

A prática em si não é nenhuma novidade na nossa vida política. Bem ao contrário, é extremamente comum e dela se encontra noticia desde o Império, quando D. Pedro II distribuía títulos nobiliárquicos para obter apoios políticos, quando não favores de alcova. O que assusta agora é a forma obscena como se tem praticado o troca-troca de favores e de cargos, para assegurar o mandato da presidente Dilma. Coisa de fazer vermelho  Roberto Cardoso Alves, o Cardosão  do “é dando que se recebe” da Constituinte de l988. Não que fosse diferente do que ocorre agora  mas, daquela época para cá o pessoal perdeu o pudor. A coisa é escrachada, embora tenha o pomposo nome de “repactuação”, alcunha de negociata de cargos de todos os escalões. Semelhante em tudo ao mensalão, quando se comprava parlamentares com dinheiro, o “mercadão de cargos” pode até evitar que a presidente seja cassada, mas não vai conferir legitimidade ao seu governo e, certamente, trará o problema adicional da incompetência. É que não se deve acreditar que aquele que direciona seu voto em função de um cargo, para si ou para um apaniguado, tenha competência para exercer o cargo ou para indicar alguém. É que lhe faltará o predicado básico para o exercício de atitvidiade pública,a decência, a honestidade. Quem faz um preço agora, certamente pensa em corrigi-lo mais à frente, na medida em que a situação de agravar. O que escandaliza neste quadro atual, em que se fala abertamente, sem constrangimentos, em nomeações desde que elas representem voto, é que, salvo melhor juízo, esta é uma situação que não se encaixa no perfil vendido da presidente Dilma. Não é papel  a ser exercido por quem tinha no fato de não ser política, a melhor credencial para exercer o cargo. O papel pode ficar no tamanho de outros políticos, petistas ou de outras legendas, mas  não na presidenta, que se orgulha em ter lutado, com armas e ideias, para mudar o país. Pois não mudou. Até piorou. Valeu apenas, presidenta, tanto sofrimento pessoal para o país chegar aonde chegou?

 

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