Bem, agora por onde começar a procurar uma saída. Deixamos a crise avançar de tal forma que não buscamos mais a luz no fim do túnel. Primeiro precisamos achar um túnel que sempre leva a algum lugar. E nós nem sabemos onde estamos. Parece óbvio que a crise política brasileira não terá solução através de partidos. Estão todos eles, situação e oposição, esfacelados e sem r legitimidade para liderar uma saída. Tampouco temos uma pessoa, um líder que possa assumir esta responsabilidade. Natural seria que, faltando legitimidade ao titular, o vice assumisse as funções de comando, como foi com Itamar Franco no episódio Collor. Mas, Michel Temer, hoje não tem esta condição. Nesta crise tem apresentado posição ambíqua, ora morde, ora sopra, e nem mesmo o seu partido lidera. Aliás, o PMDB está na raiz da crise, seja por estar inserido no esquema de corrupção, seja por não ter uma unidade de posicionamento nas votações. Poderia ser um túnel, mas é, neste momento o precipício onde o país pode acabar caindo. Bem, se não há solução pela via interna, pela política, qual será então o caminho? Chegamos a um ponto tal que nem mesmo soluções drásticas, fora das vias institucionais, temos a oferecer. Falta liderança até mesmo para o inadmissível. Estamos traçando um quadro catastrófico? Não, um quadro real. E olha que nem tratamos da crise econômica, consequência e causa do agravamento da crise política. Para encaminhar uma solução, na mesa a proposta do senador Ronaldo Caiado, de renúncia de todos os atores da cena política. Parece uma proposta esdrúxula, mas é uma alternativa que, para ser viável, teria que englobar todos os níveis de Poder e com uma barreira fundamental: quem já é, não poderia se candidatar. Afinal, quem está aí, é causador e beneficiário deste enorme imbróglio político nacional, o maior em que nos metemos. Aliás, se quisermos uma mudança bem profunda, vamos ter que excluir o povo da eleição. Foi ele que colocou esta turma toda no comando do país. É culpado também.