Só há uma forma do PT enfrentar a onda antipetista que vai virando mania no Brasil afora: deixar os palanques e se deitar num divã de psicanálise. Só assim, provavelmente, o partido conseguirá entender que o povo deseja mais do que discurso vazio, promessas, partilhas de culpas com as outras legendas. Dizer que os outros fazem o mesmo pode não ser mentira, mas esta desculpa pode servir às demais legendas, nunca ao PT, que a todos criticava e dizia, em suas peças de marketing, que, no Poder, faria diferente, mudaria o país. O discurso está esgotado. Pegos com a mão na massa, fazendo, quem sabe o que todos fazem, mas numa escala industrial, a legenda precisa de assumir seus erros. A postura de santinhos de lupanar, que a tudo veem mas nada enxergam, de nada sabem, não servirá nem ao PT nem ao Brasil. As manifestações de domingo passado, têm muito a ver com o discurso da presidente Dilma no domingo anterior. Com um discurso que não se sustenta, politicamente, e foi uma verdadeira trombada com princípios da economia, ela conseguiu foi provocar irritação. Não presidente, a economia não está a maravilha que a senhora anuncia. O povo, presidente, não é golpista, não quer terceiro turno. O que ele não quer é a roubalheira, a mentirada, a inflação descontrolada. Era isto que o povo dizia, silenciosamente, batendo palmas, cantando o Hino Nacional, e gritando palavras de ordem nas ruas de todo o país. Entendam de uma vez: o povo cansou. Ao contrário do que dizem os petistas e seus aliados, o povo não quer vender a Petrobras. Quer mesmo é defendê-la dos que fizeram dela uma empresa familiar, de onde se tira o que se quer, para si e para os amigos. Quem sabe, no psicanalista, fica mais fácil entender que o povo aceita passar por privações, por apertos, desde que liderado por alguém com capacidade de liderar. A busca de confronto com o povo será muito ruim para o Brasil. O país não pode ficar sem governo. E estamos caminhando para isto.