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Blog do PCO

Lula quer voltar…

E se Lula for mesmo candidato à sucessão de sua sucessora, Dilma Rousseff, como insinuou, não afirmou, na última semana? Bom, se as eleições fossem hoje, ela perderia a disputa. Mas estamos trabalhando no campo do “se” e aí é o livre pensar. No duro mesmo, Lula sempre foi candidato, lá no seu íntimo. O ex-presidente gosta de poder e do poder e mais, ainda é o político de maior carisma e de estoque de voto real do país.  Agora, poderá ser obrigado a se colocar na disputa de forma direta, com nome nas urnas. Até aqui o reboliço que causa quando insinua-se candidato satisfazia seu ego mas, conforme andam as investigações da Lava Jato e se aprofunda o desgaste do PT, ele vai sendo pressionado  a colocar-se para a disputa. Primeiro por razões pessoais. Ao se apresentar como candidato ele politiza um fato que é meramente policial e se blinda. Na outra ponta, Lula tem um compromisso com sua história e, caso não aceite a candidatura, coloca em risco parte dela:  joga uma pá de cal no PT, partido que criou e que comanda com mão de ferro.  Ele é o único nome viável do partido para a sucessão presidencial e, consequentemente, para alavancar candidaturas estaduais. Lula, além de ter votos, caminhões deles, é o único capaz de obter apoio financeiro dos grandes financiadores de campanha. É de confiança do empresariado e não passaria pelo constrangimento de ficar sem recursos para irrigar sua campanha.  Bem, mas o ex-presidente sabe que ir às urnas representa riscos à sua biografia. O primeiro, e mais provável, é vencer a disputa, recebendo, a considerar as condições de hoje, um país em frangalhos e sem estrutura para manter o modelo que os petistas implantaram na economia, que ainda lhes rende muitos, milhões, de votos. Teria que se manter no poder só com seus discursos, sem nada de novo a oferecer aos mais pobres, sua base de sustentação. Este é o risco de ganhar. Há também, o menos provável, o de perder. Qualquer uma das opções macula sua biografia. Este o  dilema que explica o “se”.

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