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Blog do PCO

Michel Temer tem que ser firme

Vamos chegando ao final de mais uma etapa do processo de impeachment da presidente Dilma. Estão terminando os depoimentos da defesa e da acusação. Fase absolutamente desnecessária, realizada em nome do princípio de ampla defesa que, repito o que já disse em outras ocasiões, ninguém sabe definir os seus parâmetros. Nada, absolutamente nada de novo surgiu destes depoimentos, que foram apenas para postergar a decisão. Empurrar para ganhar tempo, na esperança de que algum fato novo, extra-processo, surja e faça o milagre de mudança de posicionamentos de senadores. Hoje, é o que admitem até mesmo os petistas, o impeachment de Dilma é fato consumado. Até mesmo pela certeza de que ela, retornando ao poder, não terá a menor condição de governar. E o suicídio político em nome de uma causa não é dos hábitos de nossos políticos. Neste momento, a posição de maior complexidade, é a do presidente interino Michel Temer. Ele tem que ter o pulso firme para não se submeter às chantagens, mas com visão de futuro suficiente para entender que precisará de construir uma base com força suficiente para tocar os dois anos de mandato que lhe restarão. Temer tem a seu favor o compromisso de não disputar a reeleição. Facilita o diálogo e lhe garante a independência para a apresentação de projetos que não são populares, embora absolutamente necessários. A questão é saber se terá a liderança suficiente para realizar as mudanças. A forma como este processo de impeachment vem sendo conduzida, indica dificuldades. O PT insiste na única tese de defesa que lhe resta que é a de radicalizar, transformar em apenas político um ato que é sim político, mas que se sustenta em base técnica. Dilma vai perder o mandato pela corrupção que seu partido institucionalizou no Brasil. Pela paralisia da economia. Pelo desemprego que causou. Mas teria se salvado se não tivesse cometido o crime de responsabilidade que restou perfeitamente comprovado, apesar de todo o circo armado com os depoimentos da defesa. E que terá seu grande ato com o depoimento da própria presidente, no início de julho. Será patético.

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