Por: Paulo César
A presidente Dilma entra no segundo semestre, do primeiro ano, de seu segundo mandato sem um rumo. Desde que tomou posse , em janeiro, a presidente vem enfrentando uma crise a cada dia. A política alimenta a crise econômica que, por sua vez, alimenta a crise política. O resultado é que a presidente não consegue definir qual delas precisa solucionar primeiro e vai perdendo a batalha nas duas frentes. Falta a ela capacidade de liderança. E na política não existe espaço vago. Há sempre alguém disposto a ocupá-lo. E no Brasil, com certeza, há muita gente ocupando o Poder. O ex-ministro Nelson Jobim(considerado um dos políticos mais completos e lúcidos do Pais), em entrevista a Roberto D’Ávila na Globo News chamou a atenção para a desconexão entre os Poderes. Deveriam funcionar de forma harmônica mas, ao contrário, estão desconectados, com invasões de espaço, gerando uma enorme confusão e mesmo insegurança jurídica, com reflexos na economia e na vida do cidadão. Falta liderança em cada um dos Poderes. Alguém capaz de ordenar a máquina. No Congresso esta situação é bem clara. No vácuo de lideranças, Eduardo Cunha entrou e tem feito das suas. Busca o confronto pelo confronto, criando toda sorte de dificuldades. No Judiciário, ministros vivem a dar opinião sobre tudo, mas principalmente sobre questões polêmicas, que podem vir a julgar. O ministro Marco Aurélio é o maior exemplo. Opina sobre tudo, até sobre o que não lhe é perguntado. No Executivo, bem no Executivo, a situação é ainda mais confusa. A presidente, para usar uma expressão da moda, “terceirizou” seu governo. A economia é com Joaquim Levy e a política com Michel Temer. Livre destas duas tarefas, ela bem que poderia se dedicar a encontrar um norte para seu governo que corre o risco de chegar ao fim sem explicar a quê veio. Segundo Nelson Jobim, Sarney terminou seu mandato presidencial como o presidente que consolidou a democracia. Fernando Henrique como o presidente que estabilizou a economia e Lula como o presidente que promoveu a inclusão social. E Dilma?