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Blog do PCO

O toma lá dá cá pelo apoio

O assunto é polêmico. Para alguns mais atentos à cena política, é banal e de pouco interesse e inócuo seu debate, considerando que, lamentavelmente, esta é a nossa prática política. Para muitos, certamente a maioria, é no mínimo intrigante o fato de, cargos, sejam eles quais forem,  fazerem homens – não os normais, mas os políticos – mudarem de posicionamento que, no discurso, era tão sólido, definitivo.  O tema volta à cena agora, com a reforma ministerial promovida pela presidente Dilma, não com a intenção de melhorar a qualidade de seus auxiliares, da gestão governamental, mas, nitidamente, pela necessidade de acertar apoios. Pela imperiosa necessidade de fazer com que senhores de firmes convicções, ideológicos, revejam suas posições e passem a considerar imprescindível  o que, até poucos dias, consideravam dispensável.  A passarem a ver como correto, aquilo que julgavam errado, justo o que lhes parecia injusto.  O que intriga e deixa perplexo o cidadão comum, aquele que paga os impostos e, portanto,  garante o salário desta turma, é o fascínio que os cargos exercem nos políticos. Qual o poder que têm sobre eles para mudar pensamento e votos. Ao mesmo tempo que intriga, frustra o cidadão saber que a tal da governabilidade se garante com cargos, não com ideias, com comprometimento.  Isto explica a existência de tantos cargos de recrutamento amplo nas estruturas de governo. Cargos de importância fundamental, não para o cidadão que os sustenta, mas para servirem como moedas nos acertos por votos. “Política é assim mesmo”, dizem os mais céticos e conhecedores das práticas nacionais. É, é assim mesmo a nossa política. Mas não deveria ser. Não deveria, mas também, não se iludam, não vai mudar. Pelo menos enquanto existirem cargos para trocar pela não mudança.

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