Está lá em qualquer dicionário, no Aurélio, por exemplo, que líder é aquele que influencia sobre o comportamento, pensamento ou opinião dos outros. Líder, ensinam os especialistas em motivação, é aquele que vê mais longe, que vê antes dos outros e que, por conhecer os caminhos, ensina aos outros o caminho a seguir. Fácil concluir portanto que líder é alguém que se impõe por seus predicados, não alguém que é imposto pelos serviços que presta aos seus patrocinadores. Dito isto, fica evidente que o PMDB não está escolhendo um líder de bancada, alguém com ascendência sobre os demais parlamentares da legenda, mas sim alguém que se presta a atender interesses que não são, na maioria das vezes, do partido, ou que estejam de acordo com os princípios doutrinários da legenda. Esta segunda hipótese, convenhamos, seria exigir demais no país onde o que norteia os partidos não são princípios, mas os meios a se atingir os fins a que cada um se propõe, majoritariamente sem qualquer relação com o bem público. O PMDB que um dia teve líderes como Ulysses, Tancredo, Teotônio, Brossard, Jarbas, Simon e tantos outros, hoje é apenas um deserto de ideias. Uma legenda que foi para o enfrentamento ao regime militar, especialmente quando ainda era MDB, hoje se apresenta como um amontoado de pessoas dispostas a servir à chamada “governabilidade” que nada mais é do que o atendimento das necessidades dos que detém o poder no momento. Quem um dia se opôs ao poder, hoje se rende a ele, aceitando todas as sortes de imposições, inclusive de referendar como seu líder alguém que não vê mais distante do que os outros, que não influencia pessoas pelos seus predicados, mas alguém que tem fidelidade canina ao Poder, ao interesse de grupos. O pior que o PMDB é apenas um exemplo. Poderia ser outro qualquer.