Com o término do Carnaval começam os dias do fim do mundo para a presidente Dilma e o PT. De volta a Brasília, deputados e senadores iniciam batalhas que definirão os rumos políticos do país e do governo Dilma. E as perspectivas são sombrias. A presidente e seu partido têm colecionado derrotas no Parlamento, mais especificamente na Câmara dos Deputados, onde o deputado Eduardo Cunha discursa como base e age como oposição. As derrotas já contabilizadas até que representam pouco diante do que está por vir. Dificilmente nesta semana, mas certamente na próxima, começam a ser mexidas as pedras no tabuleiro da reforma política, que já tem comissão criada, e na nova CPI da Petrobras, já autorizada por Cunha, que começa a ser formatada. Na discussão da reforma não há a menor possibilidade do PT fazer prevalecer suas propostas, em especial o financiamento público de campanha. E a CPI da Petrobras promete estragos políticos impossíveis de remendos. Por menos que ela caminhe, e ninguém tem muita esperança de que ela caminhe, a CPI causará transtornos para a criatura e para o criador. Dilma e Lula sabem disto. Como se os problemas já não fossem muitos, o governo já sabe que não terá apoio necessário para aprovar as Medidas Provisórias que dão início ao ajustes fiscal que Joaquim Levy considera imprescindível para arrumar as contas públicas. Tanto que Dilma já está admitindo flexibilizar as medidas que colocaram na oposição PT e PSDB, junto com centrais sindicais e outros oportunistas. O risco é que o Congresso decida impor sua vontade e que, para isto, desfigure as ações iniciais do ajuste, inviabilizando sua implementação. É um risco real que leva a uma inevitável especulação: não tendo os instrumentos legais para fazer as correções no rumo das contas públicas, pavimentando o caminho para a queda da inflação e a retomada do crescimento, qual será a postura do ministro Joaquim Levy? Ele permanecerá no cargo? Certamente antes da Semana Santa o país terá esta resposta. Que Deus nos proteja.