Bem, e o quê vai restar da política brasileira? Quem vai governar este país? A questão não é quem terá mandato, mas quem terá o mínimo de liderança para colocar as coisas no lugar, o trem sobre os trilhos, o barco no rumo certo. Talvez seja este o resultado mais perverso desta “passada a limpo” do país. Uma a uma, quem tínhamos como liderança, mesmo as emergentes, está sendo trituradas neste moedor de reputações em que se transformaram os inquéritos que apuram corrupção no país. A destruição de lideranças políticas, e a mordaça nas que surgiam, ou poderiam emergir dos movimentos estudantis e sindicais, certamente foi o maior crime perpetrado contra o país pelo regime militar. As poucas que se salvaram, ou sobreviveram, é que encaminharam o país à redemocratização. E para elas não conseguimos substitutos. Seus espaços acabaram ocupados, em sua maioria, por gente que buscou a política apenas como caminho para tirar vantagens pessoais. Duvidam? Olhem aí como estão aqueles em que você apostava como solução para o país. Ninguém tem escapado de denúncias, de maior ou menor monta, mas cada um tem uma corrupção para chamar de sua. Entre todos, um traço comum: ninguém admite nada, ninguém aceita que corrompeu ou se deixou corromper.Chegam ao refinamento de dizer que, se fizeram algo errado, e não fizeram, foi para atender o povo. O povo, sempre ele, e suas mil e uma utilidades. A mais nova a de explicar e justificar corrupção. No ano que vem teremos eleições. Que tipo de político vai emergir das urnas? E para 2018, continuaremos com os mesmos ou vão aparecer novidades? Dificilmente não serão os mesmos. Até porque, até lá, os inquéritos não estarão concluídos, os processos, se existirem, estarão nas gavetas e o Judiciário estará discutindo alguma coisa. Por exemplo, sexo dos anjos.
