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Blog do PCO

Sem violência resolve?

Por: Paulo César de Oliveira

Em junho de 2.013, lembram-se, manifestações que surgiram nas redes sociais, colocaram mais de dois milhões de pessoas nas ruas praticamente em todas capitais do País, num movimento que se dizia espontâneo, sem nenhum rosto como liderança. Começaram pacíficos  mas, em algumas capitais, descambaram para a violência. Por causa dela Governo e Congresso sinalizaram providências. Arremedos de reformas foram anunciados, mas, tão rapidamente como surgiram, foram abandonados. Bastou o povo sair das ruas, a violência ser controlada para que tudo,  fosse abandonado.. O tempo passou, fez-se o silêncio de lado a lado, e nada aconteceu. Anunciou-se então que os manifestantes iriam voltar na Copa do Mundo. Novamente nada aconteceu. A FÍFA – que fica dona do pais sede na época da Copa- com seu poder de organização, impôs a disciplina e o Brasil, mesmo com os sete a um da Alemanha, murchou, quedou-se em silêncio. Sem lideranças capazes de direcionar a indignação popular no sentido das mudanças, tudo caiu no vazio. Os escândalos financeiros envolvendo a Petrobras, os Governos Lula e Dilma e ainda o PT e seus partidos aliados, despertaram novamente as redes sociais. Outra vez um movimento sem rosto, sem liderança, mobilizou milhões de brasileiros em março.  Infelizmente, sem um líder, o movimento murchou, foi incapaz de capitalizar a insatisfação popular. Pior do que perder manifestantes, foi perder credibilidade e  respeito dos congressistas. Lá atrás, pelo menos fizeram um circo, como se fossem mudar algo. Agora, nem isto. Até mesmo a oposição fica inerte. Caberia ao senador mineiro Aécio Neves liderar a reação popular, mesmo que evitando participar nas ruas, pelo medo de vaias e outras hostilidades. Não se passaram seis meses que o senador recebeu mais de 50 milhões de votos. Está, portanto, legitimado a liderar. Mas a liderança se constrói e se consolida é nas ruas. Não através de notas oficiais e em entrevistas, distantes do povo. Até quando vamos continuar assim? Ou será preciso que as manifestações se transformem em atos violentos para alguém se mexer?

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