Neste momento em que tão poucos fazem o maior escarcéu contra a aprovação de medidas que evitem a farra dos gastos na União, é bom dar uma olhada mais acurada na situação dos estados e municípios. Aqui e acolá começam a surgir confissões públicas de que a situação não está nada boa, aliás, está péssima, com as finanças públicas em todos os níveis.
Alguns estados, poucos ainda, já o dedo em suas feridas e começaram a tomar providências e efetivas, e em alguns pontos corajosas, para estancar seus déficit impagáveis. O exemplo mais recente é do Rio de Janeiro que está anunciando cortes na própria carne numa atitude que em nada demonstra coragem política, mas que é uma confissão de que já não existe o túnel, que dirá a luz no fim do túnel. Ou se corta agora, enfrentando todas as consequências, em especial do corporativismo dos servidores, ou então se apaga as luzes da administração pública um pouco mais à frente. Já não se trata de recuperar as finanças públicas.
Agora se age para postergar a quebradeira geral que, ao que parece, será jogada no colo de quem assumir depois de 2018. E será assim porque não agimos com a antecedência necessária. Todos que chegam ao poder se esquecem da máxima de que o que atrapalha a receita, é a despesa. Simples. A capacidade de arrecadar é finita. A de gastar, infinita. E para se segurar no poder, os políticos fazem qualquer coisa, especialmente gastar de forma inconsequente. A conta chegou. E chegou pesada. Dizer que cortar gastos é retirar direitos dos mais pobres, é discurso fácil de quem não tem nada a oferecer, a não ser o discurso vazio. Quem tiver uma proposta melhor, exequível, que coloque na mesa logo. Enquanto ela não aparece, ninguém tem o direito de ficar parado à espera.
É hora de agir. De votar logo as medidas restritivas de gastos. E fazer cumpri-las. Mas não é só a União, não. Estados e municípios, que sempre viveram na farra da irresponsabilidade também têm que adotar a austeridade como norma. Até porque não terão de onde tirar dinheiro para cobrir suas despesas. Que todos cortem o supérfluo e, se preciso, restrinjam o necessário. É isto ou é a falência.