Daqui e dali ouve-se críticas, mais dos governistas, ao vice Michel Temer de estar dialogando para a formação de sua equipe de governo. Para os acusadores esta é uma prova cabal de que ele estaria metido numa conspiração odiosa para derrubar a presidente. A traição exposta em seu grau máximo. O que querem, os detratores de Temer? Mesmo que houvesse alguma dúvida quanto ao afastamento iminente da presidente –mesmo que ainda não definitivo-, seria natural e prudente que o vice estivesse cuidando de sua futura equipe. Ainda mais existindo a certeza de que o afastamento temporário virá não é apenas prudente, é essencial, que, ao assumir, o vice esteja com o “time” pronto para um jogo que será absolutamente decisivo. Temer, por sua experiência, sabe perfeitamente que não terá o direito, que é de todos nós, de errar. Estará sob fogo intenso da artilharia dos que hoje gritam “é golpe”. Ele sabe que, além do fogo da artilharia, seu governo vai trilhar campo minado e estará sob o risco de arregimentar não mais apoiadores, mas críticos, oposicionistas pois terá que tomar medidas drásticas se estiver mesmo disposto a recuperar a economia. Temer terá a metade de um mandato para fazer mudanças radicais que o PT não fez em quase quinze anos de poder. Ele está assumindo um país que precisa de um tratamento de choque. Pior, com técnicas experimentais pois a nossa crise, gritam os economistas, tem proporções nunca vistas entre nós. Temer está certo em buscar logo a formação de uma equipe que seja capaz de correr por um campo minado correndo de bombas que serão jogadas pela artilharia em terra e pelos modernos aviões- as redes sociais- por cima. Diante deste quadro, não se pode admitir que os grupos que o apoiam hoje, fiquem a exigir cargos, a brigar por “boquinhas” na estrutura de governo. Até por instinto de sobrevivência precisam apoiar e torcer para que a equipe seja a mais competente possível, por uma razão simples: se der certo, ganharão todos em 2018. Se der errado…
