A declaração do presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Edson Fachin (foto/reprodução internet), de que “ninguém pense que fará reforma contra o Judiciário”, revela mais do que defende a Justiça. Ela expõe uma concepção de poder que confunde independência com intangibilidade. Ao reagir preventivamente a qualquer tentativa de reforma, o presidente do STF dá a entender que o Judiciário estaria acima do controle democrático, transformando garantias constitucionais em privilégios corporativos. A autonomia judicial serve ao cidadão, não aos juízes. Em uma República, nenhum poder é dono do Estado, e nenhuma instituição pode blindar-se ao escrutínio público. O que se espera de um magistrado é compromisso com o diálogo, não com o isolamento do poder.