Por meses, o país fingiu que havia dois escândalos distintos: o assalto aos aposentados do INSS e o colapso do Banco Master. Confortável engano. Os dois nascem da mesma matriz: uma indústria paralela de créditos fictícios, criada para transformar papel imaginário em dinheiro vivo. No caso do careca do INSS, a ficção foi vendida a quem não podia se defender. No do Master, de Vorcaro (foto: Divulgação Banco Master/Agência Brasil), a bancos e investidores dispostos a fechar os olhos enquanto a conta crescia. O banco não inventou o esquema, mas consumiu o produto. Como cliente de uma fábrica clandestina que opera fora da regulação, explora falhas do Estado e prospera no silêncio institucional. O detalhe mais perturbador não é o que veio à tona. É o que ainda não apareceu. Se há um fornecedor, há outros compradores. E ninguém sabe quantos, nem onde estão. O problema não é um escândalo isolado. É o sistema.












