Assessores próximos ao presidente Lula relatam que ele ficou extremamente irritado com a operação da Polícia Federal, que investiga um desvio de R$ 6 bilhões do INSS em descontos. O petista teria deixado claro que é insustentável a permanência do presidente do INSS, Alessandro Stefanutto(foto/reprodução internet), no cargo. A sua exoneração foi confirmada no final desta quarta-feira. O esquema teria começado em 2019 e continua até hoje. Todos os contratos foram suspensos. Stefanutto é servidor do INSS desde 2000. Ele foi afastado do cargo, assim como outros seis servidores envolvidos no esquema, segundo a PF.
A pilhagem dos inocentes
De tempos em tempos, a história brasileira se repete como tragédia com roteiro requentado: servidores públicos ou entidades de fachada, à sombra de instituições omissas, encontram na velhice alheia um terreno fértil para a rapina. O afastamento do presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, não é o começo de uma faxina, mas o epílogo de mais um capítulo em que o Estado assina embaixo do esbulho. A Operação Sem Desconto revela um esquema de cobranças indevidas que dilapidou silenciosamente R$ 6,3 bilhões de aposentados e pensionistas entre 2019 e 2024. Os supostos descontos associativos, aplicados sem consentimento, ecoam o velho vício nacional de transformar a boa-fé do cidadão em linha de crédito para o crime organizado — agora sofisticado, com crachás, contratos e logomarcas. A pergunta que não se cala é: quantos viram, quantos sabiam, quantos se beneficiaram? O que fez a ouvidoria? Onde estavam os órgãos de controle? Quem engavetou os alertas?
Brasil
TCU tinha constatado irregularidades no INSS
O Tribunal de Contas da União já havia detectado irregularidades no INSS, segundo o ministro Antonio Anastasia (foto/reprodução internet). Houve um processo, segundo ele, a respeito de irregularidades que estariam ocorrendo no Instituto de Previdência e foi constatado que essas denúncias tinham veracidade. Segundo Anastasia, o trabalho do TCU converge com as investigações da PF e com o trabalho da Justiça, para onde o caso será encaminhado agora.
Política
Projetos para viabilizar adesão do governo ao Propag são aguardados no Legislativo mineiro
Uma reunião entre o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), e o presidente da Assembleia Legislativa, Tadeu Leite (MDB), vai definir o encaminhamento dos projetos no Legislativo mineiro, que irão viabilizar a adesão do estado ao Programa de Pleno Pagamento das Dívidas dos Estados (Propag). Tadeu Leite disse que “são sete ou oito projetos que envolvem o Propag. Com muita tranquilidade, isenção, independência e autonomia, a Assembleia vai fazer a análise de todos esses projetos. O Propag existe muito por conta do trabalho que a Assembleia fez na análise do Regime de Recuperação Fiscal (RRF). Quando enxergamos que os mineiros poderiam pagar R$ 300 milhões só de juros de um modelo para outro, a escolha fica fácil para o Propag”. (Foto/reprodução internet)
Economia
Confiança da indústria mineira atinge menor nível para abril desde 2020
A confiança dos industriais mineiros voltou a cair, refletindo um ambiente de crescente cautela. O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI-MG), divulgado hoje pela Fiemg, recuou para 45,9 pontos – abaixo do patamar que separa otimismo de pessimismo – e atingiu o menor nível para o mês de abril desde 2020, no auge da pandemia. As projeções para os próximos seis meses também recuaram, voltando ao campo do pessimismo, com 49,2 pontos. Juros elevados, inflação persistente e incertezas fiscais são fatores que continuam travando decisões de investimento. Sob a presidência de Flávio Roscoe (foto/reprodução internet), a Fiemg aponta que o setor industrial mineiro segue alinhado à tendência nacional, já que o ICEI do Brasil também caiu em abril, marcando 48 pontos.
Economia
Em Xangai, Silveira promete política de minerais críticos
Com reservas cobiçadas de lítio e nióbio, o Brasil quer sair da fase do “potencial” e mostrar serviço. Direto de Xangai, como porta-voz do governo federal no Summit Brazil-China 2025, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (foto/reprodução internet), anunciou que o país terá, ainda em 2025, uma política nacional para minerais críticos. A medida, há tempos pedida pelo setor mineral, foi apresentada como a nova peça-chave da transição energética brasileira. Embora os detalhes sigam nebulosos, Silveira garantiu que haverá segurança regulatória, agilidade nos licenciamentos e um olhar sustentável sobre a exploração mineral. Tudo isso num discurso recheado de otimismo, justo na semana em que investidores chineses circulam atentos e sedentos por novas oportunidades.
Economia
Euler Nejm recebe Medalha da Inconfidência
O presidente do Grupo Supernosso, Euler Fuad Nejm (foto/reprodução internet), foi um dos agraciados com a Medalha da Inconfidência- maior honraria concedida pelo Governo de Minas. A homenagem destaca sua expressiva contribuição ao desenvolvimento e econômico e social do estado. À frente de um grupo que figura entre as grandes potências do país no setor mercadista – com faturamento de quase 5 bilhões e mais de 10 mil funcionários- Euler Nejm tem se consolidado como liderança de impacto, impulsionando crescimento, inovação e geração de oportunidades em Minas.
Economia
CNT vê com otimismo investimentos nas ferrovias
A retomada dos investimentos privados e públicos no modal ferroviário é vista com otimismo pelo presidente da Confederação Nacional dos Transportes (CNT), o empresário Vander Costa(foto/reprodução internet). O empresário afirma que, “para Minas é importante, porque temos na região central várias ferrovias que foram usadas no passado para transporte de cargas e de passageiros, que hoje não tem viabilidade econômica”. Vander Costa cita “o ramal de Varginha, que poderá chegar no porto de São Paulo ou do Rio de Janeiro, e que é um antigo interesse dos produtores de café da região. A ferrovia que vai até Inhotim, pode ser uma conexão importante de BH”. Dos 20 mil quilômetros de ferrovias que existiam no Brasil há 30 anos, atualmente somam-se apenas 10 mil quilômetros.
Economia
Abrasel apoia empresários na adequação à NR-01 com cartilha gratuita
Bares e restaurantes de todo o país terão que repensar suas rotinas e ambientes de trabalho para se adequar à nova versão da Norma Regulamentadora 01 (NR-01), que passa a exigir atenção especial aos riscos psicossociais, como estresse, sobrecarga emocional e conflitos interpessoais. O prazo oficial para que as empresas adotem o Gerenciamento de Riscos Ocupacionais (GRO) vai até 25 de maio de 2025.
Pensando nisso, a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) lançou uma cartilha gratuita com orientações práticas sobre como implementar as novas exigências.
“A cartilha da Abrasel foi desenvolvida justamente para apoiar os empresários nesse processo, com orientações práticas que respeitam a realidade do pequeno negócio e ajudam a transformar exigências legais em oportunidades de gestão”, afirma Paulo Solmucci (foto/reprodução internet), presidente da Abrasel.
Economia
Governo de Minas e Cemig assinam termo para revitalização do Arquivo Público Mineiro
A Secretaria de Estado de Cultura e Turismo e a Companhia Elétrica de Minas Gerais (Cemig) assinaram ordem de início das obras de revitalização e conservação do Arquivo Público Mineiro (APM). O projeto terá investimento de R$ 899 mil com patrocínio da Cemig. “Esse investimento vai trazer uma grande melhoria de infraestrutura do telhado, corrigindo infiltrações, preservando o prédio e, também, garantindo maior segurança para quem utiliza o equipamento do museu e para todo o acervo”, ressaltou a secretária adjunta de Estado de Cultura e Turismo, Josiane de Souza (foto/ divulgação internet).
As obras têm previsão de conclusão até dezembro e irão contribuir para a preservação arquitetônica e estrutural do edifício, com foco na segurança do patrimônio e do público.
Fique por dentro
Botânico Shopping, no Belvedere, vai reunir sete marcas de luxo
O mercado de luxo em Belo Horizonte se prepara para ganhar novos contornos com a chegada do Botânico Shopping, ainda no primeiro semestre, no Belvedere. O espaço, assinado pela arquiteta Ana Bahia (foto/Bárbara Dutra), terá 450 m² e receberá sete grifes — seis mineiras e uma paulista — em uma galeria com proposta inédita no país. O projeto curvo e orgânico, inspirado na arquitetura brutalista, visa integrar as marcas com sofisticação e fluidez. Com aporte de mais de R$ 3 milhões, o ambiente promete oferecer uma experiência imersiva ao consumidor, com provadores amplos, móveis de quartzito e cortinas de linho. Participam nomes consolidados como Elisa Atheniense, Coven e Printing, além da estreia da Manolita em solo mineiro. A ideia é unir design autoral, atendimento exclusivo e diálogo com a natureza.
Fique por dentro
Excelência em Hemodinâmica: Dr. Lucas Lodi lidera avanços na Rede Mater Dei de Saúde
Referência nacional em Cardiologia Intervencionista, o Dr. Lucas Lodi é coordenador do Serviço de Hemodinâmica da Rede Mater Dei de Saúde, mestre e doutor pela Faculdade de Medicina da UFMG. Com sólida formação acadêmica — residência em Clínica Médica e Cardiologia pelo HC-UFMG e especialização no Hospital Felício Rocho — o médico possui um papel essencial no desenvolvimento e na consolidação de protocolos de alta complexidade em cardiologia intervencionista.
Além da atuação assistencial, Lodi também é preceptor da Residência Médica em Cardiologia na Unidade Contorno da rede. Entre 2008 e 2024, coordenou o Serviço de Hemodinâmica do Hospital das Clínicas da UFMG e tem destacada atuação em pesquisa, com foco em cardiopatia valvar e doença coronária, tendo publicado diversos artigos em revistas médicas nacionais e internacionais.
O Serviço de Hemodinâmica da Rede Mater Dei de Saúde é hoje um dos pilares de excelência da instituição. Equipado com tecnologia de ponta, o serviço oferece suporte diagnóstico e terapêutico de altíssima precisão para pacientes com doenças cardíacas, neurológicas e vasculares. Entre os principais procedimentos realizados estão o cateterismo cardíaco, a angioplastia coronariana com implante de stent e as intervenções minimamente invasivas para valvopatias, como o implante percutâneo de válvula aórtica (TAVI) e o reparo transcateter da valva mitral. O serviço ainda é referência no tratamento de embolia pulmonar (aguda ou crônica), através da trombectomia percutânea e da angioplastia pulmonar, de cardiopatias congênitas, como o fechamento da comunicação interatrial (CIA), além da prevenção do acidente vascular cerebral (AVC) com a oclusão do forame oval patente (FOP) e fechamento do apêndice atrial esquerdo.
Internacional
Mundo pode ter primeiro papa negro
A hora do conclave se aproxima e alguns nomes ganham força para suceder o Papa Francisco. Entre os mais fortes está o do cardeal Peter Turkson (foto/ divulgação internet), de Gana, reconhecido por seu trabalho nas áreas de ecologia e justiça social. Caso eleito, será o primeiro papa negro da história.
Ele presidiu o Pontifício Conselho para Justiça e Paz, de 2009 a 2016. A seguir, liderou o Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, órgão criado pelo Papa Francisco em 2017 para lidar com temas como pobreza, meio ambiente e migração. Turkson já havia sido cogitado em diversas como possível opção para o papado.
Política
Popularidade em combustão lenta
A aprovação do presidente Lula (foto/reprodução internet) continua desabando, e os marqueteiros do Planalto estão em pânico profilático. A Paraná Pesquisas registrou 39,2% de aprovação contra 57,4% de desaprovação. É o pior patamar desde o retorno do petista à cadeira presidencial. Nada surpreendente. A administração Lula III é uma feira livre de contradições: tenta ser ao mesmo tempo FHC no fiscal, Dilma no gasto e Janja no simbolismo. E o eleitor? Começa a perceber que o milagre prometido virou fila no SUS e juros altos no carnê das Casas Bahia. O Planalto aposta que basta distribuir verbas e fazer caridade simbólica para domar a insatisfação — enquanto a máquina pública engasga com aparelhamento, inflação moral e um Congresso que cobra caro por cada voto. O Brasil oficial ainda finge que governa. O real já virou as costas.
Fique por dentro
Atrações na cozinha
Chefs de cozinha renomados em todo o Brasil e no mundo e especialistas em negócios da gastronomia vão ser atrações em Belo Horizonte na quinta edição do Prepara Gastronomia: Inovação e Negócios, que acontece nos dias 12 e 13 de maio. O evento promovido pelo Sebrae Minas tem o objetivo de valorizar a identidade cultural da atividade em Minas Gerais e levar inovação e competitividade aos pequenos negócios de alimentação, preparando-os para os novos desafios e demandas do mercado. Ao todo, serão mais de 30 palestrantes e painelistas confirmados e sete espaços temáticos durante os dois dias de atividades, reunindo conteúdos essenciais para os empreendedores e preparação de pratos ao vivo: Arena Turismo Gastronômico, Arena Negócios, Arena Inovação, Espaço Rodada de Negócios, Espaço do Conhecimento, Arena do queijo Minas Artesanal e Arena Cozinha Ao Vivo.
Nos últimos três anos, mais de 1,7 mil participantes criaram conexões impulsionaram seus negócios depois de participar do evento e mais de R$ 15 milhões de negócios foram gerados. “A cozinha mineira ganha protagonismo e se consolida hoje como um dos maiores patrimônios imateriais do Brasil. Há cinco anos, Belo Horizonte recebeu o título de Cidade Criativa da Gastronomia pela Unesco, devido à sua tradição e valorização dos métodos de preparo, ingredientes e pratos. Nesse contexto, o Prepara Gastronomia chega em mais uma edição para oferecer oportunidades de aprendizado, visibilidade para quem produz com qualidade e responsabilidade e conexões, fomentando a inovação dos pequenos negócios”, explica o presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae Minas, Marcelo de Souza e Silva. (foto/divulgação)
JOGO ABERTO
*O novo titular do Ministério das Comunicações deverá ser Frederico de Siqueira Filho (foto/reprodução internet), atual presidente da Telebras. A escolha do presidente Lula é interpretada como um aceno à eficiência técnica e à estabilidade institucional, após o recuo do deputado Pedro Lucas (União-MA), que rejeitou o convite na véspera e expôs fissuras internas na base aliada de Lula. Aliás, nos bastidores de Brasília, não convenceu a justificativa oficial de Pedro Lucas de que não aceitou o Ministério das Comunicações para poder “contribuir mais como líder da bancada”.
*No entendimento do Psol do Rio de Janeiro é de que o deputado Glauber Braga não tiver seus direitos políticos até a eleição de 2026, ele sairá fortalecido e terá carta branca para escolher o cargo que quiser concorrer na próxima eleição. Hoje, seu futuro político passará por uma prova de fogo. Nesta quinta-feira (24), a Comissão A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados analisa o recurso do deputado contra o parecer do Conselho de Ética que recomenda sua cassação. Caso seja rejeitado, o processo seguirá para o plenário, onde a perda do mandato será decidida por maioria absoluta — 257 votos favoráveis.
*Durante o julgamento do Núcleo 2 da tentativa de golpe de estado de 8 de janeiro, realizado na última terça-feira, quando o ministro Flávio Dino criticou os chamados "juristas de internet", indivíduos que, segundo o ministro, disseminam desinformação jurídica sem possuir a devida formação ou experiência na área do Direito teve também seu lado bem-humorado. Ao comentar o tema, Cármen Lúcia ironizou os vários sentidos da palavra “jurista” na língua portuguesa. "Às vezes, 'jurista' tem outras conotações. Por exemplo, quem pega ou empresta dinheiro a juros também é jurista", disse a ministra.
Fique por dentro
Instituto Inhotim inaugura a feira Experiência Brumadinho
O Instituto Inhotim promove , neste sábado (26), a primeira edição da Experiência Brumadinho, feira inédita que integra a programação oficial do museu ao longo de 2025. A abertura do projeto acontece no Espaço Igrejinha, a partir das 10h, simultaneamente à inauguração da nova exposição na Galeria Claudia Andujar, que agrega ao seu nome o termo Maxita Yano – “casa de terra” na língua Yanomami, reunindo trabalhos de 22 artistas indígenas da América do Sul. Nesta primeira edição, a feira Experiência Brumadinho reúne trabalho de 15 expositores, entre eles, o Ateliê Art`com GRAÇA; a Aldeia Arapowã Kakyá, do povo Xucuru Kariri; o Aprisco Chèvrèmon, propriedade de Ramon e Cida; e o Coletivo de Ceramistas de Piedade do Paraopeba. Também marcam presença a ceramista Erli Fantini, referência na área e precursora do polo cerâmico de Brumadinho. Cada edição da feira estará conectada com eventos e programações do museu, como o Festival Jardim Sonoro e a Semana de Museus.
Política
Entre o cálculo e a conveniência
O recuo de Pedro Lucas Fernandes (foto/reprodução internet) à frente do convite de Lula para o Ministério das Comunicações não é, como sugerem os eufemismos de ocasião, um ato de prudência ou elegância institucional. É cálculo — puro e simples. O que realmente está em jogo? É o equilíbrio instável de poder dentro de um partido fragmentado e a disputa regional no Maranhão, onde Fernandes e Juscelino Filho duelam não por políticas públicas, mas por controle territorial e narrativas de legado. A justificativa de que Pedro Lucas não quis “herdar” um ministério moldado por um rival — envolvido em escândalo — soa mais como temor de comparação do que zelo por integridade. Além disso, o temor de uma guerra interna na bancada do União Brasil revela a verdadeira fraqueza da base aliada do governo: ela é mantida por cargos e repasses, não por alinhamento político. O gesto de recusa, no fundo, diz mais sobre os limites de articulação de Lula do que sobre as virtudes de Fernandes.
Política
Zema destrava votações na Assembleia antecipa terreno para o Propag
Depois de 30 dias de pauta travada na ALMG, o governador Romeu Zema (foto/reprodução internet) resolveu, enfim, acionar sua base. O resultado? Três vetos mantidos, um rejeitado e um novo fôlego político para receber, com mais tranquilidade, os projetos que vão viabilizar a adesão do estado ao Propag – o programa federal que promete aliviar dívidas estaduais, mas cobra contrapartidas impopulares. A movimentação ocorre após semanas em que o governo jurava não haver pressa para retomar votações. Curiosamente, quando a urgência do Propag bateu à porta, a conversa mudou. Mesmo com maioria numérica, Zema penou para reunir quórum entre seus aliados, superando a crise com um acordo mediado pelo presidente da Casa, Tadeu Leite (MDB). Se foi um gesto de força ou de sobrevivência, o tempo dirá.
Internacional
Pesquisa aponta americanos insatisfeitos com Donald Trump
A mais recente pesquisa de opinião da agência de notícias Reuters/Ipsos mostrou que a avaliação de Donald Trump (foto/ reprodução internet), pelos norte-americanos, está em baixa. Perto de completar 100 dias de governo, ele iniciou o mandato com uma agenda econômica agressiva, provocando guerras comerciais inclusive com parceiros dos Estados Unidos. O resultado é um mercado financeiro tão abalado quanto nos tempos de Covid.
De acordo com a pesquisa, apenas 37% dos entrevistados aprovam a condução da economia por Trump, em comparação com 42% nas horas seguintes à sua posse, em 20 de janeiro. Ironia do destino, em seu discurso de posse ele prometeu aquecer a economia e reconduzir a América a uma Era de Ouro. Não é o que está acontecendo e quem bem colocou em palavras para a Reuters foi o membro sênior do American Enterprise Institute, James Pethokoukis: “Tudo o que deveria estar em alta está em baixa, tudo o que deveria estar em baixa está em alta.”
Política
O poste que não acende
O Centrão, que sabe farejar poder como poucos, já decidiu: o sobrenome Bolsonaro está vencido na gôndola de 2026. Eduardo (foto/reprodução internet), o “03”, é visto como produto de má articulação e etiqueta de alto risco — ninguém conversa com ele, dizem. Pior: temem que, se eleito, trate o Congresso como adversário e não como fornecedor de governabilidade. A esperança do bloco é que Jair Bolsonaro, inelegível e cercado por problemas judiciais, tenha um “surto de sanidade” e invista seu capital político em alguém com outro RG — de preferência, Tarcísio de Freitas. Os que o rejeitam não o fazem por ideologia, mas por cálculo: não se governa sem o Centrão, e Eduardo é um blefe sem mesa. O bolsonarismo segue vivo, mas como franquia. O problema é que a marca não pode ser herdada por linha de sangue. Política não é capitania.
Internacional
A República do improviso
Donald Trump, como se sabe, governa pela garganta e opera em ziguezague: dispara ameaças, recua em seguida, e reaquece a tensão no dia seguinte. O mercado amanheceu aliviado porque Trump, num de seus recuos cíclicos, sugeriu que as tarifas com a China não são eternas e que Jerome Powell (foto/reprodução internet), presidente do Fed, pode, afinal, dormir em paz — ao menos por ora. Um presidente que ameaça de manhã, recua à tarde e desdiz-se à noite reduz a política econômica a um teatro de impulsos. Isso não é estratégia; é tática de sobrevivência. Trata-se de um “presidencialismo de palanque eletrônico”, onde cada tuíte vale mais que uma ata do Fed. O resultado é previsível: confiança em frangalhos, planos de longo prazo adiados e um mundo que cresce olhando para o retrovisor — esperando o próximo sobressalto.
Contrabando global
As novas tarifas comerciais, se impostas pelos EUA à China, poderiam gerar efeitos colaterais inesperados. Segundo a consultoria Gavekal, cujo sócio cofundador é o seu economista chefe Anatole Kaletsky, as medidas ora suavizadas por Donald Trump estimulam o surgimento do maior mercado paralelo de bens já visto no mundo. Se elevar os custos de importação formal, o governo estimulará rotas de evasão tarifária e redes clandestinas de comércio global. A política protecionista, vendida como defesa econômica, pode resultar em distorções profundas, alimentando fraudes e minando a legalidade nas trocas internacionais. Em vez de conter a China, Trump estaria patrocinando a próxima onda global de contrabando.
Economia
JBS prepara dupla listagem nas bolsas do Brasil e Estados Unidos
Com planos avançados para dupla listagem de ações nas bolsas do Brasil e de Nova Iorque, a JBS – líder global no processamento de carnes – tem divulgado, em suas redes sociais, o programa Fazenda Nota 10, de capacitação para pecuaristas com foco em gestão e performance. Ao qualificar tecnicamente seus fornecedores, a JBS está, na verdade, implementando boas práticas, que impactam no valor das ações.
Na JBS o clima é de otimismo e o CEO Global, Gilberto Tomazoni (foto/ reprodução internet), afirmou recentemente acreditar que a operação de dupla listagem irá aumentar a visibilidade da empresa no cenário internacional. É neste cenário que Tomazoni também anunciou mais um resultado significativo: a inauguração de uma nova planta em Jeddah, na Arábia Saudita, na qual foram investidos US$ 50 milhões.
Notas para divulgar nesta quinta-feira
Internacional
Divórcio por conveniência
Elon Musk (foto/reprodução internet), que nos últimos anos transitou entre o Vale do Silício e os salões de Washington como um oráculo neoliberal de paletó desalinhado, anunciou que vai reduzir seu envolvimento com o governo americano para focar na Tesla — após a empresa amargar uma queda de 71% no lucro trimestral. O gesto, porém, não é altruísmo empresarial. É sobrevivência. A Tesla, outrora símbolo de inovação e vanguarda tecnológica, sangra diante da concorrência asiática e da erosão de confiança dos investidores. Musk, que flertava com o poder político como quem busca blindagem institucional, agora recua. Não é uma ruptura ideológica; é cálculo. Disse que seguirá “dedicando um ou dois dias por semana ao governo, enquanto Trump quiser”. Como quem marca presença em um casamento de fachada. A frase encerra um tempo: Musk deixa claro que, diante do capital, o poder é um hobby — e, como todo passatempo, pode ser abandonado quando deixa de dar lucro.
Fique por dentro
Ancelotti é o nome que a CBF trabalha
A CBF, velha senhora sem projeto de futebol, tenta tapar o sol com euros. Agora a aposta é Carlo Ancelotti (foto/reprodução internet), técnico respeitável, sim, mas símbolo de um sistema que a seleção não entende, nem absorve. Segundo a imprensa espanhola, a entidade ofereceu cifras obscenas ao italiano, em plena crise do futebol nacional. Querem importar excelência sem plantar estrutura. A demissão de Dorival, pós-goleada para a Argentina, escancarou o improviso: troca-se de técnico como se troca de uniforme, sem plano, sem filosofia, sem base. A ideia é sempre resolver no grito — ou no glamour de um nome estrangeiro. Jorge Jesus se ofereceu e foi ignorado, mas não é sobre nomes. É sobre propósito. A Seleção não precisa de um salvador: precisa parar de tratar o futebol como balcão de negócios. E isso, nem Ancelotti dá conta.
Fique por dentro
O Supremo no púlpito
Flávio Dino (foto/reprodução internet), em surto teológico-jurídico, decidiu comparar a atuação do Judiciário à saga do povo de Deus rumo à terra prometida. Entre bezerros de ouro e mandamentos constitucionais, o ministro do Supremo Tribunal Federal pregou para convertidos, enquanto o ministro Alexandre de Moraes, em êxtase cômico, perguntou se Dino queria virar Papa. Faltou pouco para o incenso. Mas o sermão não parou por aí. Dino ainda mirou os “juristas de Twitter”, como se o altar do saber jurídico estivesse reservado aos ungidos da faculdade. O STF se tornou protagonista no palco político, comenta tudo, pauta o país, mas não admite ser contestado. Quer monopólio de fala e imunidade à crítica. Se Jesus expulsou os vendilhões do templo, o STF parece querer expulsar os críticos da praça. A nova liturgia do poder é essa: fala-se muito, escuta-se pouco — e os apóstolos da verdade revelada não toleram hereges.
A pilhagem dos inocentes
De tempos em tempos, a história brasileira se repete como tragédia com roteiro requentado: servidores públicos ou entidades de fachada, à sombra de instituições omissas, encontram na velhice alheia um terreno fértil para a rapina. O afastamento do presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, não é o começo de uma faxina, mas o epílogo de mais um capítulo em que o Estado assina embaixo do esbulho. A Operação Sem Desconto revela um esquema de cobranças indevidas que dilapidou silenciosamente R$ 6,3 bilhões de aposentados e pensionistas entre 2019 e 2024. Os supostos descontos associativos, aplicados sem consentimento, ecoam o velho vício nacional de transformar a boa-fé do cidadão em linha de crédito para o crime organizado — agora sofisticado, com crachás, contratos e logomarcas. A pergunta que não se cala é: quantos viram, quantos sabiam, quantos se beneficiaram? O que fez a ouvidoria? Onde estavam os órgãos de controle? Quem engavetou os alertas?