No julgamento do núcleo central da trama golpista, Alexandre de Moraes (foto/reprodução internet) abriu seu voto com um tom de professor que precisa recordar aos alunos o básico. Segundo ele, não restam dúvidas de que houve uma tentativa de golpe de Estado e que Jair Bolsonaro foi o chefe do grupo criminoso que tentou se manter no poder. O ministro do STF relembrou episódios desde 2021, como ataques às urnas eletrônicas, encontros ministeriais, falas a embaixadores recheadas de teor conspiratório e os acampamentos em frente aos quartéis, para mostrar que a tentativa não começou no 8 de Janeiro, mas muito antes. Em sua fala, destacou que o Brasil quase voltou à ditadura porque “um grupo político não sabe perder eleição”. O recado, embora óbvio, foi reforçado ao longo de horas. Às vezes, é preciso repetir o óbvio para que ninguém se convença de que a democracia pode ser tratada como um capricho de ocasião.
Além de Alexandre de Moraes, o ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou nesta terça-feira pela condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de outros sete réus por golpe de Estado. Com isso, o julgamento na Primeira Turma da Corte tem placar de 2 a 0 pela condenação.