No tabuleiro instável da nossa administração pública, a prisão de Alessandro Stefanutto (foto/reprodução internet), ex-presidente do INSS, funcionou como uma daquelas surpresas que desmontam as ilusões de controle. O episódio disparou estilhaços em todas as direções: respinga no ex-ministro Carlos Lupi e no presidente Lula. É bom lembrar que José Carlos Oliveira (também conhecido como Ahmed Mohamad), o responsável pela Previdência no governo Bolsonaro, já convive com uma tornozeleira — símbolo perfeito da política cercada por seus próprios labirintos. A CPI do INSS, que até ontem parecia um barco à deriva, ganha um vento inesperado, ainda que ninguém possa prever para onde sopra. Investigações assim costumam liberar fatos e obriga todos os envolvidos a se reposicionar. Curiosamente, esse escândalo traz um efeito raro na política brasileira: atravessa as trincheiras ideológicas e dificulta a velha tentação da polarização. Quando todos têm telhado de vidro, o resto da história, como sempre, será escrito no compasso das próximas delações e dos humores do dia.











