Nos grandes impasses da história recente, foi a política que deu resposta: na transição democrática, na posse do ex-presidente José Sarney (foto/reprodução internet), nas Constituintes e nos impeachments. Hoje, esse caminho está bloqueado. Diante do conflito entre Executivo e Legislativo, caberia ao STF arbitrar com base na Constituição e só. Mas, sem líderes capazes de construir consensos, empurra-se tudo ao Judiciário. A audiência convocada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, é a prova: políticos falham em negociar e pedem à Corte que faça seu trabalho. O STF não usurpou o papel de moderador, ele o ocupou porque os demais poderes o deixaram vago. A judicialização é o espelho da omissão parlamentar. O STF ocupa o vácuo deixado por lideranças parlamentares anêmicas, que abdicaram do debate público e agora choram o peso de sua irrelevância.