O presidente Lula manifestou a intenção de demitir o comandante da Marinha, almirante Marcos Sampaio Olsen (foto/reprodução internet), após a divulgação de um vídeo institucional que desafiava críticas sobre privilégios militares durante as discussões sobre cortes de gastos do governo. A peça publicitária, lançada em alusão ao Dia do Marinheiro, trouxe um tom irônico, gerando descontentamento no Planalto. Lula e o ministro da Defesa, José Mucio, discutiram a situação em São Paulo, onde Mucio sugeriu que ele, um civil, poderia sair do cargo para evitar uma crise maior entre o governo e as Forças Armadas.
A relação entre Lula e os militares tornou-se tensa, especialmente com o governo enfrentando dificuldades econômicas e a negatividade em torno de um pacotão de ajuste fiscal. A previdência militar ainda é um tema sensível que vem sendo tratado nas propostas do governo. Múcio, que já contemplava sua saída, encontra-se em um dilema: demitir Olsen poderia criar um vácuo de liderança em um ambiente militar cauteloso e hostil ao petismo, o que complicaria ainda mais a atual relação entre o governo e os militares. A estratégia de Lula de criticar as Forças se conecta a um histórico de conflitos e divisões que emergiram após os acontecimentos de 8 de janeiro, evidenciando a fragilidade desta aliança. Mas cá para nós, que foi uma peça publicitária muito bem elaborada e bastante reflexiva, lá isso foi.
