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A briga pelo comando do COAF

Paulo César de Oliveira
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O presidente do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), Roberto Leonel de Oliveira Lima, disse, em entrevista à BBC News Brasil, preferir que o órgão comandado por ele continue na estrutura do Ministério da Justiça, em vez de passar ao controle do Ministério da Economia. A mudança é cogitada por deputados e senadores, para os quais o titular da Justiça, o ex-juiz Sérgio Moro (foto), teria ganhado poder excessivo com as mudanças na Esplanada dos Ministérios feitas pelo presidente Jair Bolsonaro no começo do ano. Nos últimos anos, relatórios do Coaf foram fundamentais para várias investigações contra a corrupção – embora o órgão raramente apareça em destaque no noticiário. Uma exceção se deu no começo de 2019, quando veio a público um Relatório de Inteligência Financeira (RIF) do Coaf sobre a gestão do gabinete do então deputado estadual Flávio Bolsonaro (PSL). O documento mostrou que um ex-assessor de Flávio, Fabrício Queiroz, fez 48 depósitos de R$ 2 mil para o político, hoje senador pelo PSL do Rio. O Coaf surgiu em 1998 e fez parte do antigo Ministério da Fazenda até o começo deste ano. A possível volta do Coaf para o Ministério da Economia está sendo discutida pelos congressistas na tramitação da Medida Provisória (MP) 870, que reorganizou o governo e reduziu o número de ministérios de 29 para 22. Até agora, a MP já recebeu 541 sugestões de mudanças dos congressistas. A volta do Coaf para o Ministério da Economia seria uma demonstração de força do Congresso e um recado para Moro. A MP precisa ser aprovada até o começo de junho, ou perderá a validade.

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