O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC informou que cerca de 8 mil funcionários da Volkswagen em São Bernardo do Campo (SP) entraram em férias coletivas ontem (4). Por meio de nota, a montadora confirmou o uso da ferramenta de flexibilização para “adequar o volume de produção à demanda do mercado”, mas não forneceu mais detalhes. De acordo com o sindicato, a linha de produção da unidade, que tem 13 mil funcionários, ficará parada por dez dias. Na região do ABC, outras duas grandes montadoras adotaram a flexibilização para diminuir a produção. Segundo o sindicato, desde fevereiro, a Ford colocou 424 metalúrgicos em banco de horas. Na Mercedes-Benz, após greve de cinco dias, 500 demissões foram suspensas e foi prorrogado o layoff (suspensão temporária dos contratos) até 15 junho. Além disso, foi aberto um novo Programa de Demissão Voluntária (PDV). De acordo com a Mercedes, aproximadamente 750 trabalhadores estão em layoff na montadora. O último balanço da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) revela queda de 16,2% na produção de automóveis no acumulado do primeiro trimestre do ano, na comparação com o mesmo período do ano passado. Apesar do resultado negativo no acumulado do ano, o setor registrou alta de 22,9% de fevereiro para março. Os cinco dias úteis a mais de março ajudam a explicar a elevação. Nos anos anteriores a indústria automotiva conseguiu benefícios fiscais com ameaças de demissões.