Blog do PCO

A grande aposta do governo no setor energético

Paulo César de Oliveira
COMPARTILHE

Avançar na pauta das energias renováveis e sustentáveis foi um dos desafios apresentados pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (Foto/Alberto Wu), no Conexão empresarial, evento promovido pela VB Comunicação. Ele disse a empresários, políticos e representantes da sociedade que participaram do encontro, que o governo está criando “todas as condições para poder integrar o setor mineral, o setor de petróleo e gás e, com isso, criar todos os mecanismos para poder evoluir de forma rápida na questão da transição energética”. Para tanto, Silveira ressalta a necessidade de um ambiente jurídico e de previsibilidade para que os empreendedores tenham segurança em investir no Brasil. 

 “Nós estamos às portas de, pela primeira vez, nós termos condições de armazenar a energia limpa e renovável através do hidrogênio verde” e essa é a grande aposta do governo brasileiro, inclusive para reforçar a necessidade de países da União Europeia e países norte-americanos em limpar suas energias. O Brasil, segundo ele, tem a energia mais limpa do mundo. 

Alexandre Silveira disse que o mundo produz 15% de energia limpa, enquanto o Brasil chega a 48%. O país, segundo ele, está exportando tecnologia para todo mundo, além de produzir 85% da matriz de energia elétrica do planeta. Para garantir esse avanço, o ministro disse que o governo está licitando para fazer as linhas de transmissão do Nordeste para dar mais segurança no escoamento da energia eólica e da energia solar do centro de carga ao Sudeste, ampliando ainda mais a capacidade dos investimentos para que eles cheguem ao Nordeste brasileiro. Silveira disse que o governo está trabalhando para que o Brasil seja o grande protagonista da energia limpa e renovável no mundo e tem todas as condições para que isso aconteça.

Dialogar mais

Durante a sua palestra, o ministro Alexandre Silveira também falou da necessidade de se dialogar e de debater as questões do país no plano real. Ele lembra que o Brasil tem uma população pobre muito grande e que a fome e a miséria atingem a milhões de brasileiros e fala da necessidade de se debater essas questões longe das ideologias e mais voltadas para a realidade e necessidade das pessoas. 

 Em Minas Gerais, onde é presidente licenciado do PSD, Alexandre Silveira disse que tem mantido “um diálogo, dentro do possível, muito bom” com o governo do estado, mesmo o partido do governador Romeu Zema, o Novo, fazendo oposição ao governo Lula. Alexandre Silveira ressalta que “estamos no primeiro ano de governo e eu tenho uma grande preocupação e, por isso, fiz aqui uma confidência, um registro público para que as próximas eleições atrapalhem o andamento normal e fundamental para todas as mineiras e mineiros”. Para ele, é preciso ter consciência de que “lá fora tem 215 milhões de brasileiros que não sabem nada que está acontecendo nos bastidores do poder, portanto, é preciso de pessoas que saibam e tem uma responsabilidade e a dimensão de poder discutir e dialogar com o mundo real as dificuldades que existem na vida das pessoas”.

Importância do setor mineral

Outra questão destacada pelo ministro, diz respeito ao setor mineral. Ele disse que fica irritado quando falam do garimpo ilegal nas terras dos Ianomanis, como se todo o setor mineral transgredisse as regras. Segundo ele, o Brasil não sobrevive e não terá grandes conquistas se não avançar com investimentos nesse setor. Ele ressalta que o governo tem tanta preocupação com o tema que criou o Conselho Nacional de Política mineral, comporto por 16 ministros, e que teve o presidente Lula participando da primeira reunião para ressaltar a importância do setor.

O Ministério de Minas e Energia, que estava de fora do acordo com a Vale para o ressarcimento das perdas causadas pelo desastre ambiental da Samarco, em Mariana, foi incluído no processo. Mas para ele, a negociação esbarra em dois entraves. O primeiro, o ideológico, já foi resolvido, o outro, diz respeito aos gastos que a Fundação Renova alega ter tido com as famílias e com a sociedade mineira, sem uma comprovação desses gastos. No entendimento do ministro Alexandre Silveira, “esses recursos têm natureza privada, mas tem verossimilhança pública, porque foram danos causador por tragédias que afetaram a todos os mineiros e com impactos ambientais que ultrapassam as fronteiras de Minas Gerais e chegaram até o mar, gerando repercussões dramáticas” e por isso a necessidade da prestação de contas do que foi gasto, porque a União precisa ter segurança no acordo que ela vai assinar. O Conexão Empresarial com o ministro Alexandre Silveira teve o patrocínio da AngloAmerican, Araujo, Fiat, Mater Dei, São Vicente e Urbana, além do apoio do SetraBH. 

COMPARTILHE

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

News do PCO

Preencha seus dados e receba nossa news diariamente pelo seu e-mail.