A autonomia dos bancos centrais volta a ser testada. Nos EUA, Donald Trump pressiona o Federal Reserve (Fed) por cortes de juros, arriscando a confiança na instituição. No Brasil, o governo insiste em aliviar a dívida pública via redução da Selic, tensionando a independência do Banco Central, que tem à frente Gabriel Galípolo (foto/reprodução internet). Na Europa, o BCE atua nos mercados de títulos para conter déficits de Itália e Espanha, levantando dúvidas sobre sua neutralidade. Esse avanço do poder fiscal sobre o monetário preocupa investidores: erosão de credibilidade pode desancorar expectativas, gerar volatilidade e corroer a eficácia das políticas econômicas. O FMI e analistas reiteram: sem bancos centrais independentes, a tentação de usar juros como instrumento político abre caminho para desequilíbrio e inflação persistente. O dilema está posto: acomodar governos ou preservar a disciplina de longo prazo.