Em um ano cheio de desafios, o diretor executivo do NovoAgro Ventures, Leo Dias (foto), disse durante a sua participação na terceira edição do Conexão 20/21, que vem trabalhando no projeto inovador do NovoAgro, para fazer ações junto aos pequenos produtores rurais. Esse trabalho desenvolvido pelo Sistema Faemg, tem como maior objetivo investir em startups, para levar a tecnologia ao campo. O agronegócio brasileiro está assumindo, segundo ele, o protagonismo na produção de alimentos para o mundo. Leo Dias ressalta alguns produtos, como é o caso do café, que segundo ele, é a segunda bebida mais consumida no mundo. Um exemplo de como a tecnologia e a informação são importantes nesse processo, Leo Dias apresentou a cafeicultora da Fazenda Coqueiros, no Sul de Minas, Aline Codo. Ela queria resgatar a história da sua família e avançar na produção de café especial. Essa movimentação nesse cenário é com o objetivo de se tornar protagonista no setor. A busca de informação para implantar novas formas de gerir a produção, o controle de estoque, uma operacionalização mais refinada foi essencial. Ela usa o programa da Flowins para ajudar, com inteligência, toda a gestão da colheita e pós colheita. As informações de insumos, uso de tratores e de toda a cadeia de produção, até a hora da colheita e armazenagem e venda. Todo as informações chegam a ela com a rastreabilidade. A consistência, com a qualidade do produto torna-se possível, segundo Aline.
Necessidades do produtor
Essa mudança no processo de produção se tornou possível, segundo o CEO da Flowins, Iago Junqueira, a partir das suas necessidades como produtor. Ele e a sua sócia trabalhavam mais intuitivamente e detectaram que a maioria dos produtores trabalhava de forma semelhante, sem uma gestão como o de uma empresa. O que está acontecendo é o empoderamento dessa produção. Ele começou com um processo de rastreabilidade e desenvolveram um sistema no celular e no computador para saber a maturação dos grãos, o responsável pela colheita, como se fosse a receita de um bolo, pesando todos os ingredientes. A rastreabilidade está em todo o processo, segundo Iago, pensando não em produtividade a todo custo, mas com sustentabilidade. Além do soft, ele tem uma equipe de provadores de cafés especiais, com certificado internacional, um time de conexão com cafeterias, supermercados e de quem está próximo do consumidor. Por ter vários produtores envolvidos, a fazenda testa muitas coisas, que são compartilhadas por todos.
Consumidor exigente
O vice-presidente do Grupo Super Nosso, Rodolfo Nejm, falou que o consumidor está cada vez mais ávido para saber de onde vem o produto e essa sempre foi uma preocupação do Grupo. Essa preocupação foi que permitiu ao Super Nosso ser procurado por uma multinacional, no caso o Carrefour, para iniciar com uma parceria inédita, com as 16 lojas do Carrefour Bairro, em BH, passando a ter a bandeira do Super Nosso. Rodolfo Nejm disse que Minas Gerais é um estado muito rico e um dos objetivos do Grupo é levar essas histórias para a mesa do consumidor. A estratégica é focada para facilitar a vida do consumidor com algumas categorias como a adega, as cervejas especiais, o açougue e o café. Esse último passou a ser categoria e destino, bem semelhante ao que aconteceu com o vinho, com o consumidor querendo produtos com maior qualidade. São várias formas em que o grão é oferecido ao consumidor, em capsula, moído, em sache. O certo é que a tendência é de crescimento do café de qualidade. O Super Nosso está investindo, inclusive, em um curador específico em café. O consumidor quer qualidade e variedade.