A Terceira Edição do Conexão 20/21, evento promovido pela VB Comunicação começou ontem com a discussão do agronegócio em Minas Gerais, um setor que tem forte participação no PIB do estado e nacional. A secretária de Agricultura de Minas Gerais, Ana Valentini (foto), disse que mesmo com as dificuldades da pandemia da Covid-19, o setor tem avançado e o crescimento de 27% no primeiro semestre, em relação ao mesmo período do ano passado, foi fundamental para o desempenho da economia mineira. No período houve também crescimento de US$ 26,2 bilhões em exportações. A agricultura, segundo ela, é uma indústria a céu aberto e há um esforço constante na área tecnológica e de inovação, em busca de parcerias, e na diversificação de pautas para aumentar as exportações, que têm avançado muito no setor lácteo. Muitas dessas ações desenvolvidas na Secretaria da Agricultura são em parceria com a Secretaria de Meio Ambiente para garantir o aumento sustentável da produção. Os avanços do agronegócio são muito expressivos, segundo a secretária, que ressalta ter havido aumento na produção, que quase triplicou, e preço dos grãos, como a soja que foi 47% maior e do milho 48%, aumentando a participação do agronegócio no PIB do estado. Além disso, está ocorrendo uma procura muito grande por grãos pelos países asiáticos, fato que tem ajudado no aumento das exportações. O principal produto de renda no interior do estado, o café, que foi responsável por mais de 40% das exportações no primeiro semestre deste ano, segundo ela, ainda tem muito espaço para crescer, assim como todas as cadeias de produção. Novas áreas de negócio estão crescendo, como os produtores de vinho, que têm ganhado prêmios em eventos internacionais tradicionais. Outra produção que tem surpreendido é a de azeite. Ela pondera que as geadas têm sido uma preocupação para os produtores de frutos, hortaliça e café.
Mudanças climáticas assustam
O superintendente do SENAR MG, Christiano Nacif, se mostrou preocupado com as geadas, que têm trazido prejuízos enormes, com impacto na oferta de produtos, o que gera aumento de preço para o produtor final. Os produtores tinham a expectativa de uma produção de café 46% menor, e com as geadas esse impacto na oferta deve ser ainda maior. Minas Gerais segundo Christiano, é o estado que mais tem aumentado a produção de grãos, sem aumentar a área plantada. Para ele, isso significa sustentabilidade. Tecnologia e capital levam resultado para o produtor e o bolso do consumidor. E é no sindicato, que é a sala de visita do produtor mineiro no interior, que esse processo tem evoluído, porque é na casa do produtor rural que as coisas acontecem. Para se ter uma ideia da força do agronegócio, Christiano afirma que o café arábica, leite, pecuária de corte, suínos e aves representam 12,5% do PIB do estado. O Sistema FAEMG, segundo ele, mantém o SENAR Minas, que atendeu no ano passado 10 mil produtores e neste ano deve chegar a 13 mil, levando a agricultura de precisão, conhecimento e tecnologia para melhorar a produtividade e a sustentabilidade do agronegócio mineiro. Já foram capacitadas 200 mil pessoas. Segundo ele, 90% dos recursos do SENAR vão para o atendimento ao produtor rural, um exemplo para o país e o mundo. São 10 escritórios no interior do estado e Minas, segundo ele, devido a sua diversidade, é um grande laboratório para o país. Ele lembra que é preciso fazer investimentos na infraestrutura, na energia, para o escoamento da produção. Outro fator que é preciso levar em consideração, é que a alta do dólar ajudou na exportação, mas prejudicou na importação de insumos e esses números precisam ser melhorar analisados e melhorar a questão macro da economia pois cada vaca, segundo ele, gera meio emprego.